Faltava apenas o depoimento da refém sobrevivente ao trágico desfecho do recente caso em Santo André, para que os crédulos desconfiassem que a polícia paulista cometeu mais uma das suas, na já longa lista que teve seu auge na chacina do Carandiru. Ah claro, os crédulos e aqueles que também acreditam em duendes, fadas, Papai-Noel...
Mas não bastaram as sucessivas trapalhadas e lambanças perpetradas pelos responsáveis pelo caso; ainda buscaram o último refúgio dos covardes, a mentira que os livrassem da culpa, enfim escrachadamente exposta. Depoimentos de vizinhos do apartamento, colhidos não se sabe em que circunstâncias, e propalados aos quatro ventos pelos meios de comunicação; davam conta de que foram ouvidos disparos antes que a polícia invadisse o local do cativeiro, afinal justificando a decisão tomada.
Não ocorreram, foi a resposta da moça que se recupera dos ferimentos vitimados por disparo do sequestrador. Antes dela, análises de conhecido e respeitado perito da Unicamp também indicavam que a polícia tivera motivações outras que a apontada, já que não se comprovavam disparos antes do estrondo dos explosivos usados, mais uma vez de forma incompetente, para derrubar a porta. Tudo leva a crer, portanto, que intentou-se lograr a opinião pública e confundir a Justiça.
Falta de comando, de recursos materiais, de preparo e de competência tem jeito. Indiscutivelmente. Acho que até falta de ética e de caráter consegue-se se ajeitar, fazer o quê... Mas falta de vergonha na cara não há como sanar. As 3 principais autoridades na linha de comando, em última instância responsáveis pelas ações desastrosas, são o secretário estadual de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão; o comandante-geral da PM, Coronel Roberto Diniz; e, o comandante do Batalhão de Choque (a que está subordinado o GATE), Coronel Eduardo Félix.
Como se espera que o governador do Estado, bundamolemente, nada deverá fazer, sugiro aos mencionados e aos demais envolvidos, que em defesa de suas biografias e em honra de suas calças, peçam demissão.
ATUALIZAÇÃO (24/10/08 às 20:30 hs.)
O confronto entre a polícia paranaense e ocupantes de um terreno objeto de ação de despejo ontem, em Curitiba, resultou em atuação exemplar do governador Roberto Requião e do secretário de segurança pública, Luiz Fernando Delazari.
Não, não morreu ninguém. Nem se observou o show de incompetência explícita que houve em SP. Apenas o já tradicional "abuso" no uso da força, provocando feridos por balas de borracha e bombas de efeito moral.
Ainda assim foram afastados os comandantes da operação, o comandante do Policiamento da Capital, coronel Carlos Alexandre Scheremeta e o comandante do 13.º Batalhão da PM, major Flavio Correia.
Sei que tanto o governador Requião quanto o secretário Delazari são personalidades públicas controversas. Mas nesse caso específico, como afirmei, tiveram comportamento exemplar.
Enquanto isto, em São Paulo, o secretário... como se chama mesmo? Aliás, SP tem secretário de segurança pública? E governador, tem também?
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Achei essa história estranha desde o início. Como a polícia fica uma semana tentando negociar, não consegue avanço nenhum e acaba tudo de forma tão amadora e desastrada? Irresponsável e incompetente, para dizer o mínimo.
ResponderExcluirAbraços
Ei dona AP, minha solitária comentarista desse postinho,
ResponderExcluirconcordo integralmente com você e acrescento que já é hora da sociedade civil e, principalmente, os meios de comunicação, aprenderem a cobrar responsabilidades.
E se os mencionados não tem culpa no cartório, que se demitam pela absurda incompetência com a qual conduziram o caso.
EI!
ResponderExcluirSó para agradecer pela força ( o mais importante) e pela audiência. rsrs THANKS!
Serviu para aflorar os defeitos, de um e de outro. Sobrou lista de defeitos, né?
Sobre o tema do post, pode saber que vai ficar o dito pelo não dito.
Na lógica da bandidagem, se você cometer muitos crimes, sempre pode assumir mais alguns, faz diferença alguma...
Como o maluco de 22 anos cometeu vários, vão jogar tudo e mais um pouco nas costas... dele.
E mais: o assunto rende mais alguns dias na mídia, apenas. Domingo tem eleições, segunda haverá mais e melhores crimes, qa crise continua, o Brasileirão também...
Beijo grande!
Olá, RM:
ResponderExcluirO equivalente ao BOPE, do Rio, que ficou na sua cabeça por causa do "Tropa de Elite", chama-se GATE -- Grupo de Ações Táticas Especiais, aqui em Sampa. Eles é que se dizem um dos comandos mais qualificados do mundo, para operações de resgate. Se fosse verdade, os demais países estariam lascados...
Talvez esse tal de GATE devesse mudar o nome para GADE -- Grupo de Ações Desastradas Especiais. O comandante é aquele tal coronel de bigodinho e balofo, Eduardo Félix, que adora aparecer na mídia, mas na hora do vamos-ver não está no local da tragédia e deixa seus comandados fazerem escuta com copo de vidro encostado atrás da parede do vizinho, enquanto a bateria do telefone do principal negociador acaba e ele sai do cenário da tragédia na hora H. É o fim do fim da picada!
Mas, como todos sabemos, vai ficar tudo por isso mesmo. Acho que a única punição poderá ser o processo do juizado da Infância e da Juventude pelo serviço de "delivery de refém" praticado pelo GATE.
Abração
MR
23/10 - 15:21
Luciana, querida,
ResponderExcluiracho que esse debate, ao contrário de outros insossos, fará diferença.
E a cobertura do portal sobre as eleições está muito boa, inclusive com um blog ágil, escrito por bons jornalistas aqui da terrinha.
Menina, sou um cara relativamente rodado, 45 anos de praia... mas não consigo deixar de me indignar com essas tragédias diárias da vida brasileira e com a falta de objetividade da imprensa. Ora, não leio muitos jornais, mas alguém publicou editorial pedindo que esses senhores se expliquem?
Marcos, meu amigo,
ResponderExcluiragradeço a leitura atenta, já corrigi o erro. Perdi um bom tempo tentando achar informações sobre o tal GATE. Se você visitar o site da Secretaria e mesmo o da PM, verá que o tal está escondido em meio a várias outras divisões da polícia, sob o comando do Batalhão de Choque. Talvez este seja o motivo do ato falho... Ou não? rsss
Genial o nome sugerido, de fato não se trata de um desastre qualquer, mas daqueles bem especiais. E "entrega de reféns" já virou chacota internacional (consta que até um jornal português deitou e rolou... rsss).
E é verdade, ficará tudo como dantes, enquanto a sociedade não aprender a reagir e cobrar responsabilidades.
Ah, não posso deixar de comentar que você perdeu o new look da Luciana G, com cabelos curtíssimos e sem tintura, o que a deixou ainda mais atraente e bonita.
nem me fale desse caso, que estou com dor de estômago desde a semana passada.
ResponderExcluirvergonha mesmo. Titulo melhor não haveria.
beijosssssssssssssssssssss
saudade docê! :)
Kzinha,
ResponderExcluirvocê já leu alguma coisa mais bizarra, surreal e non-sense?
Menina, tô vendo aqui na TV o tal coronelerda (by MR) bigodudo, que agora passou a insinuar que a moça possa ter se confundido... Não, não parou aí: aventou também a hipótese de ter sido um ROJÃO a confundir os ouvidos treinados dos seus homens (hummm!).
Seguinte: vão largar essa merda pra lá, senão a gente adoece mesmo. Amanhã, se eu conseguir o aequivo de uma musiquinha, posto um textinho dedicado à vossa gatésima pessoa.