Para uma moça super simpática, que adora rock e guitarras...
O solista é Jeff Beck, um dos 3 lendários guitarristas do lendário Yardbirds. A contrabaixista, bonita e virtuosa, é uma menina australiana de apenas 22 anos, chamada Tal Wilkenfeld. A música é a emocionante "A Day in the Life" de Lennon.
Como falei no primeiro da série, gosto muito de canções natalinas e é pacífico que algumas magníficas tenham ficado fora desta seleção. A terceira e úlima é, certamente, muito conhecida; talvez não como música natalina. Mas é assim que a vejo: Cálix Bento (folclore mineiro) é uma legítima Folia de Reis, tradição de origem hispânica, trazida para cá ainda nos primórdios da colonização portuguesa.
Belíssima tradição, ainda presente nos rincões de Minas e em alguns poucos lugares de Goiás e da Bahia. Os cantadores visitam as casas durante todo o mês de dezembro até o Dia de Reis (6 de janeiro). Ao invés de, a exemplo dos Reis Magos, levarem presentes; os recebem dos donos das casas visitadas, para que sejam posteriormente doados.
É bom que se registre: a canção, de domínio público, foi na verdade salva do completo ostracismo por Milton Nascimento, que a gravou e Tavinho Moura, que a recolheu e a quem conheci pessoalmente em Diamantina.
No primeiro vídeo, Tavinho conta como fez a adaptação. No segundo, a dupla Pena Branca e Xavantinho (de certo modo, também resgatados por Nascimento) a cantam.
Gosto muito de canções natalinas. Por isto mesmo não consigo escolher apenas uma e fiz pequena seleção com 3 das que mais gosto. Espero postá-las em série, de hoje até o dia de Natal, e começo com um clássico de Irving Berlin, White Christmas. Aqui na voz de Bing Crosby, em bela sequência de um filme antigo.
. Esta belíssima canção de Natal recebeu uma versão em português, feita por Marino Pinto (parceiro, entre outros, de Jobim) que, creio, merece registro, pela delicadeza e inspiração.
Natal Branco (Irving Berlin - Versão: Marino Pinto) Lá fora a neve cai cedo/Festejo a noite de Natal/Os pinheiros brancos de neve/São como torres de uma catedral/Lá onde a neve sempre cai/Ou sob a lua tropical/O Natal é sempre oração/Oração de Paz Universal.
Mais um classic hit dos 70, "My Little Town" é uma das mais lindas composições de Paul Simon, na modesta opinião desse blogueiro, que gosta mais de música que de literatura...
Nesta versão, extraordinária, sem a segunda voz imbatível de Art Garfunkel [a versão original pode ser ouvida aqui]. E, de quebra, tradução simultânea, by Chorik.
b) é mais uma jóia perdida nos indefectíveis anos 70;
c) gosto da música. E também destas aqui, aqui e aqui; e,
d) tô a cara desse sujeito, um tal de Jeff Lynne (aliás, eu e o Raul Seixas...).
Se você nunca ouviu falar na ELO - Electric Light Orchestra, deve ser jovem pra cacete ou então não entende nada de rock progressivo nem de disco music.
Talvez fosse desse modo que devesse me sentir hoje, ao completar 46 anos. Mas confesso que deixei de dar importância à estas datas e à própria contagem, há muito tempo. Pessoalmente sinto-me exatamente como ontem e, provavelmente, tal qual me sentirei amanhã. Nem alegre nem triste, como dizia a poeta - e imoderadamente.
Mas se voltar bastante no tempo, talvez não encontre muitas diferenças em relação ao que fui e, quem sabe, ao que serei. No espaço de comentários de post anterior, não precisei fazer muito esforço para me lembrar do que fazia em 1978, quando nascia uma das gatas da confraria. Há exatos 30 anos, eu tinha exatos 16 anos e, pelo que me recordo, ainda me identifico muito com o cara que fui.
Abaixo, uma foto daquele ano. Reparem nas grossas lentes de intelectual... Já o país mudou bastante. Naquela época vivíamos ainda sob as sombras do regime militar, discricionário e opressivo. Havia forte censura aos meios de comunicação e, pasmem, alguns livros eram proibidos. No mundo, outra crise, a do petróleo, servia para expor parte de nossos frágeis fundamentos econômicos.
As coisas só começaram a mudar, de fato, em 1982 com a eleição direta de governadores e em 1985, com a eleição (ainda indireta) presidencial de um opositor ao regime. No meio do caminho: anistia, Riocentro e diretas-já. Bem, aí foi um porre (de liberdade e de alegria) e como em todo porre diz-se e faz-se além da conta, sem moderação.
A crise econômica interna também se instalou de vez e demoramos mais para nos livrarmos dela que da famigerada ditadura de 64. O país estacionou mais de 20 anos. Em compensação elegemos uma Constituinte e promulgamos nova Constituição (há exatos 20 anos atrás), democrática. Não há mais livros proibidos no país, embora não sejamos - ainda - um povo que cultiva a leitura. Há eleições livres e diretas, em todos os níveis; os direitos fundamentais da pessoa humana estão consagrados na nossa Carta, ainda que nem sempre na prática. Um líder sindical, que seria preso mais ou menos naquela época, foi eleito Presidente da República. E governou, por 2 mandatos seguidos, sem tentativas de golpes. Amadurecemos.
Amadureci (ma non troppo). Esse cara aí embaixo sou eu, com inacreditáveis cabelos de hippie... Eu que passei boa parte da vida de terno e gravata...
Bem, o presente vai pra mim mesmo. Outro dia, a moça que sucitou essas pequenas memórias, postou sobre a importância da música na vida dela. E perguntou aos leitores qual seria sua música predileta. A minha é esta: "Saudade do Brasil", um pequeno concerto de Jobim, que me fala mais de um país que não cheguei a conhecer, mas que vive nos meus sonhos.
Vou jantar fora. Obrigado aos que passarem por aqui e até amanhã.
ATUALIZAÇÃO (13/11/08 às 21:10 hs.)
Amigas(os), profundamente sensibilizado pelas manifestações de apreço e estima (apesar de algumas ausências também bastante sentidas), lamento a exagerada virtualidade das relações. Estivéssemos ao vivo e a cores, mandaria servir uma Periquita aos amigos e um Pinto às queridas amigas...
Se bem que, hoje em dia, a gente nunca sabe mesmo a real preferência das pessoas, né? rsss
Então, fiquem à vontade para, entre o Pinto e a Periquita, escolherem o vinho que mais apetecer...
Já a Cora revelou certa preferência definida e atendendo ao seu singelo pedido, apresento a seguir o primeiro (e único... rsss) da série "RM em pedaços".
. Ao contrário do que pensam algumas pessoas, sou um cara muito mal informado ou, no mínimo, um bocado desatualizado. Os últimos filmes que assisti, no cinema, e que me disseram alguma coisa, foram produzidos em meados dos 80, a baianinha Celine nem tinha nascido. Música? Pra trás um pouco, as gatíssimas K e Ju ainda não tinham dado o ar da graça. Literatura? Bom, aí só o decanão MR mesmo... (rsss)
Pois nunca tinha ouvido falar na famosa, objeto do post, até cerca de um ano atrás. Ocasião em que, preparando-me para uma siesta, liguei a TV para o sono chegar mais rápido. No canal passava um clipe de uma cantora, meio brega, mas muito bonita e com uma senhora voz. Ok, virei para o canto... Mas depois de algum tempo, eis que a moça começa a cantar a manjadésima ária "Nessun Dorma", de Puccini; aquela mesmo, que quase virou exclusividade de Pavarotti.
Bem, o que aconteceu depois é que não dormi aquela tarde; não consigo dormir totalmente arrepiado... Descobri que Sarah Brightman é uma pop star, figura carimbada da Broadway e dona de uma voz maravilhosa (e, no meu caso, arrepiante).
O clipe do arrepio infelizmente não está disponível para incorporar ao blog, mas pode ser assistido aqui. Entre vários outros escolhi o de uma apresentação em Shangai, sem superprodução, para destacar a voz da dona: "... la luce splenderà!"
. Mais um da série de lindas vozes femininas. Também dos suspeitos anos 70...
Dessa feita a dona da voz chama-se Annie Haslame integrou, como lead vocal, o famoso grupo inglês de rock progressivo, o Renaissance. Considerada a musa do progressivo, sua voz de soprano alcança cinco oitavas, semelhante a Maria Callas.
As canções do Renaissance flertavam com a chamada "música erudita" (Debussy, Rachmaminoff, Prokofiev, entre outros) e muitas das letras foram escritas pela poetisa inglesa Betty Tatcher. A que mais gosto é a que segue, em vídeo de 1977,"Carpet of the Sun".
(Se alguém quiser conferir a voz e o resto da loiraça, vinte anos depois, clique aqui)
Karen Anne Carpenter (1950-1983) era o nome da dona de uma das mais lindas vozes femininas que já ouvi. De suave e doce timbre, mais para contralto, mas com longa extensão até as notas mais agudas. Inconfundível e díficil de ser imitada.
Foi pop star nos anos 70 e 80, integrando a famosa dupla The Carpenters com o irmão e morreu precocemente, vitimada pela anorexia nervosa. Sua morte talvez tenha sido razão para que se pesquisasse mais sobre essa doença, tipicamente feminina e de causas ainda controversas. As explicações recaem, em geral, sobre as pressões culturais impostas pelo padrão feminino de beleza, sobre fatores psicológicos ligados à baixa auto-estima e, mais recentemente, sobre fatores genéticos.
Podia ter escolhido trocentas músicas. Escolhi "Calling Occupants of Interplanetary Craft" porque: a) gosto da música; b) a música ficou meio perdida ali nos anos 70; c) achei um clipe fantástico, que mescla o original com cenas de filmes de ficcção científica famosos.
Ainda sobre o clipe, em seu final há explicações sobre o nome da música. Ah, escolhi a versão legendada em favor dos leitores que eventualmente tenham alguma dificuldade com o idioma dos piratas, por exemplo, a Amèlie, a Beth, a Patty, o Mr Almost... (rsss)
Acho que tenho alma de músico. Algumas canções me marcaram profundamente, mesmo sem nenhuma aparente razão objetiva. Sequer musical.
É o caso de "Cantiga por Luciana" (Edmundo Souto / Paulinho Tapajós), linda composição lançada no (e ganhadora do) Festival Internacional da Canção, em 1969; quando eu tinha pouco mais de 6 anos. Não me lembro da primeira vez em que a escutei, mas recordo-me bem de um episódio que ilustra meu fascínio pela música: ainda muito criança, no único parque de diversões de BH (que ficava à beira da Lagoa da Pampulha), interrompi todas as brincadeiras apenas para escutar a música que tocava no sistema de alto-falantes do Parque Mangueiras...
Enchia-me - e ainda hoje o faz - de uma tristeza inexplicável. Não sei se pela melodiosa valsa em tom menor; não sei se pela linda voz de Evinha; não sei se pelo bonito arranjo em que sobressaiam os clarinetes; não sei se pela bela letra... Ousarei chamar aqui de tristeza pela beleza.
Nesse vídeo de 2007, quase quarenta anos depois do festival, a cantora mostra que sua voz - e ela mesma - continuam lindas. (De quebra vai antes, no mesmo vídeo, outra famosa "música de festival", "Andança", dos mesmos autores e ainda Danilo Caymmi)
Quem quiser conferir a versão original clique aqui ou aqui.
Postinho dedicado às minhas amigas, mais que virtuais, Luciana G e Luletras (Luciana Carvalho).
Outro dia meu amigo Mr Almost, portuga meio pirado mas de finíssimos humor e escrita, deu uma definição genial para a conhecida dor de cotovelo. Merece a transcrição na íntegra: "(...) uma síndrome, chamada nos meios científicos de Guyon, que é basicamente uma neuropatia compressiva do nervo ulnar. Raramente escrita na literatura, a síndrome de Guyon é, porém, de muita importância clínica pelos distúrbios funcionais e sensitivos que provoca em certos leitores do Priorado, sendo daí esperados ataques queixosos a esta instituição. Como se sabe, o nervo ulnar, nasce na axila e distendendo-se por todo o membro superior termina nas extremidade dos quarto e quinto dedos da mão, sendo por isso um dos mais importantes nervos do corpo humano. Pode ser apalpado no seu ponto mais frágil: a parte medial do cotovelo, entre o epicôndilo medial do úmero e do olécrano. Qualquer alteração que leve a um estreitamento do espaço ocupado pelo nervo, produz uma compressão do nervo ulnar e o inevitável sintoma doloroso, que é exactamente a dor de cotovelo."
Fiquei a imaginar por quais misteriosos caminhos esta dor pudesse talvez se originar de algum peso excessivo nas têmporas, porque, convenhamos, há sintomas parecidos para ambas, dores de cotovelo e de corno.
Não, não sou especialista na matéria (ou pelo menos prefiro acreditar que não o seja) mas lembro-me de ter escrito qualquer coisa a respeito, nos domínios da minha muito querida amiga Luciana G. Penso que, em linhas gerais, o chamado "corno bravo", além de corno é um pé no saco... Já o chamado "corno manso" pode ser até capaz de atrair certa empatia e vinga-se, afinal, pelo humor.
Especialista mesmo era o velho Lupi (Lupicínio Rodrigues), que praticamente inventou o gênero na música brasileira. E como ainda estou inaugurando o chateau, vai aí um clássico do sambista gaúcho (já pensaram? gaúcho, negão e sambista!), "Se acaso você chegasse".
ATUALIZAÇÃO (14:48) Sobre tema correlato acabo de postar enquetezinha. Não deixe de votar, por favor!