A campanha para a Prefeitura de Belo Horizonte reveste-se, neste ano, de inesperados emoção e suspense, na já decadiana modorrenta política mineira.
Os candidatos peneirados pelo primeiro turno são Márcio Lacerda (PSB) e Leonardo Quintão (PMDB). O primeiro representa uma ampla coalização liderada pelo governador Aécio Neves (PSDB) e pelo prefeito Fernando Pimentel (PT). A aliança abarca todo o espectro ideológico e ganhou, do primeiro turno, o apoio do candidato derrotado Sérgio Miranda (PDT). O segundo representa o partido atualmente liderado pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa e contava, já no primeiro turno, com o apoio de parcela do PT, descontente com a referida aliança. A principal liderança dessa corrente é o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias. Para o segundo turno, acrescentou-se o apoio da candidata derrotada Jô Morais (PCdoB), chancelada pelo vice-presidente da República, José Alencar.
Lacerda, 62, é administrador de empresas e empresário bem-sucedido. Iniciou-se na política em fins dos anos 60, quando militou no PCB e na ALN e foi preso político por 4 anos. Pesam sobre ele graves denúncias e acusações que vão desde a gestão temerária e suspeita de suas empresas, ligadas ao setor de telecomunicações e, mais precisamente, à ex-estatal mineira Telemig; passando por suas doações à campanhas de determinados candidatos, como o ex-ministro Ciro Gomes (PSB-CE) e, finalmente, às suas mal explicadas ligações com o chamado esquema do "mensalão", o que, mesmo não denunciado pelo Ministério Público, provocou a sua exoneração do cargo de secretário executivo (equivalente a vice-ministro) do Ministério da Integração Nacional, no primeiro mandato de Lula.
Quintão, 33, é economista e deputado federal. Apesar da pouca idade, já foi vereador em BH e deputado estadual 2 vezes.Também já mudou de partido 3 vezes. Sua carreira está associada à família: seu pai, Sebastião Quintão (PMDB), atual prefeito da importante cidade industrial de Ipatinga, foi parlamentar por diversas legislaturas; o mesmo ocorrendo, anteriormente, com seu tio, Geraldo Quintão. Evangélico, como o pai, contou com a base eleitoral da comunidade presbiteriana e deu tom emotivo à sua campanha. De 2006 até o presente, seu patrimônio declarado no imposto de renda, saiu da casa dos R$ 900 mil para a dos R$ 1,8 milhão. Outras acusações que lhe imputam seus adversários relacionam-se com seu perfil pretensamente conservador; de ser apenas um produto de marketing político e de apresentar propostas populistas e demagógicas.
A eleição em BH, a exemplo do que ocorre no Rio e em Sampa, não tem apenas importância local. A vitória do candidato Lacerda pode representar uma provável candidatura de Pimentel ao Palácio da Liberdade e de Aécio ao do Planalto, daqui a 2 anos. A vitória de Quintão abre espaço para a terceira candidatura de Costa ao governo de Minas, recoloca Patrus no comando do PT mineiro e enterra as chances de Aécio chegar à Presidência da República, sucedendo a Lula.
Hoje à noite a Rede Bandeirantes promove debates nas 3 capitais, com os candidatos ao segundo turno. Volto nos próximos dias para comentar o reinício da campanha e os resultados do debate em BH.
ATUALIZAÇÃO (14/10/08 às 22:45 hs.)
Retificação: o candidato derrotado no primeiro turno, deputado federal Sérgio Miranda (PDT), ex-PCdoB, declarou, hoje, seu apoio à Leonardo Quintão, mesmo com o apoio formal de sua legenda ao candidato oponente.
Também hoje realizou-se em BH, reunião entre o presidente da República em exercício, José Alencar (apoiador informal de Quintão) e o governador de Minas. Os meios de comunicação interpretaram como uma tentativa de negociação visando o Palácio da Liberdade em 2010.
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Independente da corrente política, estou torcendo pelas mudanças na postura dos próximos prefeitos. Ética, transparência, eficiência. Em BH, estou sabendo pouco (o texto foi extremamente elucidativo, obrigado!); no Rio, minha cidade natal, estou animado com a possibilidade do Gabeira entrar, e torcendo para que consiga trabalhar satisfatoriamente...aqui em Curitiba, de onde escrevo, deu Beto Richa; anote esse nome, creio que em alguns anos ele estará despontando como um dos grandes nomes do PSDB...é político de tradição familiar, e a postura dele mostra uma ambição a cargos maiores.
ResponderExcluirGostei muito também do texto anterior: as vezes preocupa a quantidade de tempo que os mais jovens passam na frente do computador...será que conhecerão os prazeres do convívio humano, tão bem quanto as gerações anteriores? Ou esperaremos uma nova geração, que contestará essa que está se criando, e tocará fogo nos computadores??
Bem, pelo menos esse Quintão fez baixae a bola deste topetudo que é Aécio Neves.
ResponderExcluirMas não creio que a eventual eleição do moleque evangélico possa enterrar as pretensões do neto de Tancredo.
Dizem, até, que Aécio já pensa em se mudar para o mesmo PMDBosta do Leonardo Quintão, com apoio do mesmíssimo Hélio Costa e do Itamar Frango (argh), pois não tem chance alguma é de se candidatar pelo PSDB, o trio Serra/Alkimim/FHC não larga o osso do poder no partido...
Lula não teria problemas em apoiar um candidato PMDBosta, o partido que sustenta o governo do PT...
Daniel, torcendo nóis torce... Mas que no creo, no creo...
Filó
Bem vindo, Daniel,
ResponderExcluiro comportamento dos políticos e administradores públicos só muda com a cobrança, a fiscalização e o acompanhamento dos cidadãos. Além de marcar em cima, a sociedade precisa discutir se as leis e as regras que elegem representantes devam ser aperfeiçoadas.
Acho que não precisa queimar os computadores, mas também não precisa dar calo na bunda de tanto tempo teclando, né?
Agradeço o simpático comentário.
Filó, querida,
você entende de política mineira? Ah, assim eu me apaixono, heim?
Acho improvável uma saída para Aécio, via PMDB. Sabe a senhora quem é o presidente do partido e quem domina a máquina partidária, não é mesmo?
De todo modo, uma derrota do candidato por ele praticamente inventado, lhe seria debitada na conta e no seu capital político.
Depois de queimar sutiãs, achei que você queimaria também os computadores... rssss
Sou íntima de um mineiro... rsrsrs
ResponderExcluirBeijinhos
Filó
Ah, sabia que tinha um comequieto nessa história... rsss
ResponderExcluirBeijão, Filó.
Eu não comento porque não entendo nada de política, muito menos da que está acontecendo em Belo Horizonte.
ResponderExcluirA bem dizer, mal li o post, que fala de Márcios, Fernandos, Sérgios,Aécios, Leonardos, Hélios, Lacerdas, Quitões e outros tantos figurões.
Nem era para dizer nada... Mas aquele umbigo da Filó... É digno de ficar olhando, sim!
prezado rm... aos passantes da blogosfera foram esclarecedores os detalhes que vc dá acerca dos dois candidatos à prefeitura de BH. E, com o perdão da grossura, parece que vcs tem a optar entre um prato de esterco e um prato de estrume. Tô exagerando ? abs
ResponderExcluirMr Almost,
ResponderExcluirnão perdeu nada ao não ler atentamente o postinho. A não ser que queira saber mais sobre a moça do umbigo, pois esta aparenta ser daqui ou conhecer bem as montanhas...
Ricardo,
ou como diria a "moça do umbigo": PMDBosta ou PSBosta.
Bem, eu apenas relatei alguns dos temas da campanha do primeiro turno, que são públicos e notórios. Aparentemente o segundo turno não descambará aqui, a exemplo do que parece acontecer em Sampa, para o ventilador de merda.
Tbem não acho que uma derrota de Aécio signifique problemas para suas ambições em 2010. Aliás, cada dia tenho mais dúvidas sobre o impacto nas próxima eleições dessas municipais.
ResponderExcluirSobre o Márcio, eu convivi com ele no tempo de empresário do setor de telecom e ele parecia querer uma vida mais tranquila e, principalmente, longe de holofotes. Não sei que horas o bichinho da política voltou a picá-lo de novo, não acompanhei isso. E, se fosse ele, teria passado álcool na mordida e ficado quieto. Empreitada difícil.
Bjs
Patty,
ResponderExcluirseus comentários fazem diferença.
Talvez você e a Filó tenham razão, mas política é um jogo que não se joga sem se estar muito bem cacifado.
Quanto à importância das eleições municipais, mantenho minha posição: o governo federal perde, no mínimo, no Rio e em Sampa.
Já eu convivi com o Aécio e com o Pimentel e posso garantir que nenhum dos dois joga, se não for para ganhar.
RM
ResponderExcluirTô sempre de olho em vc mineirim!
Beijim baiano oxente!
* DIMINUI O EXCESSO DA BARRA LATERAL...
aquele.......
RM
ResponderExcluirTô sempre de olho em vc mineirim!
Beijim baiano oxente!
* DIMINUI O EXCESSO DA BARRA LATERAL...
aquele.......
RM.
ResponderExcluirFala pra gente de Ouro Preto!
RM, estamos entre o capeta e o coisa ruim, né? E a campanha recomeçou chaaaata, com um chorando, o outro falando arrastado, vamos ver se sai proposta de algum lugar para a gente escolher um. Mas, por enqunato, acho que é pular do espeto e cair na brasa. Credo!
ResponderExcluirBetes baianas,
ResponderExcluirCunha,
gostei das mudanças. Acho que ficou mais clean e fácil de navegar.
Já o conteúdo manteve-se de primo nível.
Pode olhar a vontade, querida... rsss
Maria,
conto sim. Em OP ganhou o atual prefeito Angelo Oswaldo (PMDB), conhecido intelectual mineiro e, em tese, a pessoa mais preparada (culturalmente) para administrar aquela pérola barroca ao pé do Itacolomi.
(rsss)
AP,
você tem toda razão. E como, aparentemente, o tom choroso mela-cueca de Quintão fez sucesso, o outro candidato enveredou pelo mesmo caminho...
Ainda não dei minha opinião aqui, mas, de saída, são dois candidatos muito ruins.
NOTA DA REDAÇÃO
Em Sete Lagoas, outra importante cidade do interior mineiro, ganhou as eleições para prefeito, uma certa candidata chamada Maroca (PSDB). Será por isso que ela sumiu daqui, heim, heim?
RM:
ResponderExcluirEstou entrando com algum atraso neste post para comentar.
Não estou me julgando em condições de opinar sobre a eleição em BH, por não conhecer com informações mais confiáveis o Leonardo Quintão, embora tenha torcido por ele e me agradado bastante o resultado do primeiro turno, pelas razões que expus no meu post sobre a eleição da minha BH.
Na pior das hipóteses acho que se deve dar a ele o benefício da dúvida. Aos 33 anos, com um carreira política até agora sólida, não tem manchas na sua biografia política. Já o Márcio Mensalão Lacerda não pode dizer o mesmo, além de eu colocar em dúvida a sua trajetória de militante na esquerda dos anos 60. Há dúvidas a respeito do seu comportamento. E sua ligações com o antro de corrupção que era a Telemig, empresa através da qual ficou milionário, é uma referência ainda pior que a do Mensalão.
Estou estranhando, também, a ausência de pesquisas publicadas aí em MG sobre o segundo turno. Será que o Aécio está impedindo os jornais de divulgá-las, por estarem desfavorecendo seu candidato-marionete?
Abraços
MR
14/10 - 12:37
Bão decanão?
ResponderExcluirCom atraso mas com opinião que tem peso pra mim.
Não conheço pessoalmente nenhum dos 2. Também não tenho informações detalhadas de suas trajetórias. Nem posso assentir que sejam verdadeiras as acusações e denúncias que pululam contra ambos.
Mas posso situá-los no quadro político local, regional e nacional. E fiquei, pelo que pude acompanhar, com péssima impressão pessoal dos 2 candidatos.
Aliás, já me encheu essa forma marqueteira de fazer política, como se o eleitor fosse um consumidor e não um cidadão.
Começo a defender o fim do horário gratuito e obrigatório.
RM, criatura !!!!!!!! Que pérola! "MariaAngeloOswaldoPMDBconhecidointelectualmineiroeem teseapessoamais preparadaculturalmenteparaadministraraquelapérolabarrocaaopédoItacolomi.”...
ResponderExcluir????????????????
You misunderstood me!
Vou tentar mais uma vez:
FALA PRA GENTE DE OURO PRETO.
Rsss
ResponderExcluirVou escrever, Beth. On demand...