domingo, 4 de outubro de 2009

O JOVEM E A INTERNET

Esse textinho foi escrito em novembro de 2007, a convite de uma adorável amiga que fiz nessas bandas virtuais, a Maria Luiza Pedrosa. Na penúltima postagem, que tratava do twitter (leiam aqui), um comentário do talentoso pintor português Antônio Tapadinhas, secundado de novos comentários do Mr Almost, da Hellô e da Udi; fizeram-me lembrar desse texto, que ora repriso. Apesar de ainda não existir o twitter, mantenho as opiniões expressadas.


Tenho mania de teorizar, assim começarei pelas definições, aludidas no título. Na seqüência espero ser capaz de abordar aspectos do comportamento social atual, que me chamam a atenção já faz uns bons 20 anos, ou seja, quando eu ainda era “jovem”.


Imagem retirada daqui



O jovem


Houve tempo em que jovem já significou imaturo, a se desenvolver, a se realizar plenamente. Atualmente está mais para sinônimo de qualidade ou valor absoluto; virtude um bocado intangível, é verdade, e certamente, passageira - mas imperiosa, obrigatória socialmente, nos dias atuais.


E quem são esses tais? Quando eu era teenager, ali pelos fins dos anos 70, os dezoito eram marca ansiosamente aguardada, especialmente para se tirar carteira de motorista e freqüentar certos estabelecimentos noturnos. Mas não se podia casar, só com a permissão dos pais, antes dos vinte e um anos. Do que se conclui, que a partir dos 21, os caboclinhos eram vistos como pessoas adultas, plenamente responsáveis (e imputáveis) por seus atos, até mesmo pela bobagem de se casarem, assim tão “jovens”.


Hoje em dia, salvo engano, as estatísticas internacionais computam nessa categoria a turma que se aperta no intervalo entre os 14 e os 35 anos. Convenhamos, é tempo de juventude para ninguém reclamar, acho que enfastiaria até ao Peter Pan. Acabou surgindo, inclusive, novo período da vida, apelidado de “adultescência”, na qual os “filhotes” permanecem na casa dos pais até os trinta e bordoada, unindo o útil ao agradável, no melhor dos dois mundos, e tendo um vidão de dar inveja à nobreza britânica.



O velho


Não está no título, mas, naturalmente, dele decorre e o complementa. Já este, cada vez mais “jovem” (pela expectativa média de vida e pelos avanços da medicina), foi sendo mais e mais empurrado para frente. Só é “oficialmente” considerado idoso ou integrante da “terceira idade” ou, simplesmente, velho, quem já soprou velinhas ao menos 65 vezes.


Até aí tudo bem, é só mais uma convenção estatística. Mas quem bateu nessa marca, aparentemente, julga-se desvalorizado. E não é verdade que quase todas as sociedades, desde a antiguidade sempre valorizaram a experiência e o saber acumulado, que só vem mesmo com a idade? O que, exatamente, mudou, de lá para cá?



O lusco-fusco


Entre um e outro, dos 36 aos 64 anos, há uma zona nebulosa (na qual me encontro) que pode ser chamada, por exclusão, de idade adulta ou maturidade. Mas é também aqui, creio - que se percebe mais facilmente a “ditadura da juventude” dos nossos dias.


Basta que comecem a surgir os primeiros branquinhos na cabeça (e, preparem-se, essa coisa depois se espalha por outras partes do corpo) e seu proprietário e os que o circundam adotem esse tema como preferencial nos cumprimentos e bate-papos à toa. Ou então quando adentram o chamado ciclo dos “enta”, e começam a se comportar como portadores de alguma doença contagiosa, pateticamente.


Isto é particularmente tocante, embora também ridículo, no caso das mulheres, por razões outras, mas também de caráter cultural. Aceitar a idade, para elas, pode ser interpretado como negligência, falta de amor-próprio ou velhice mesmo. E tome botox. Será que só existe beleza jovem? E tome “plástica”. E será que a “beleza” é assim mesmo, tão fundamental? E tome tri-atleta aos sessentinha.


Só para dar um exemplo e talvez meu gosto não possa ser considerado o gosto médio dos homens: prefiro mil vezes certa ministra mineira do Supremo, com seus longos cabelos grisalhos; que uma também ministra, nesse caso do governo federal, com suas “longas” aplicações de botox [ou ainda outra ministra, que foi além do botox]. Não gostaria de ser deselegante com a ex-prefeita, embora ela mesma não prime muito pela elegância. É só mesmo uma questão de gosto.



A internet


Esta, para quem não sabe, começou como mais uma experiência militar dos EUA, depois científica, várias e várias décadas atrás. Não meus jovens, não existe desde o início dos tempos e só passou a ter alguma relevância social e econômica a partir dos anos 90, por conta do desenvolvimento tecnológico da microeletrônica e da telemática, mais uma vez com intrincadas relações com o complexo militar-espacial americano.


Se não me falta a memória estreou no Brasil nos primeiros anos daquela década, para poucos felizardos, eu entre eles (hoje, a ela tem acesso cerca de 20% da população brasileira, ainda uma pequena minoria). Mas bombou rapidamente, aqui como no resto do mundo. Trata-se de plataforma, infra-estrutura física, a partir da qual circulam os bilhões e bilhões de informações a cada instante por cabos, conexões, satélites e o escambau. Breve estreará a internet 2, que ampliará e acelerará ainda mais a troca e o armazenamento de dados.


Mal comparando, é como se fosse o prédio e as demais instalações físicas da maior biblioteca do mundo, a do Senado americano.



A web e o “novo”


No exemplo anterior a web seriam os livros da biblioteca, seu conteúdo. Agora imaginem que o conteúdo da biblioteca do Senado fosse ampliada várias vezes em curto espaço de tempo, dobrasse em poucos anos e aí em escala geométrica. É disso que falamos, de um conteúdo inimaginável se acumulando em tempo cada vez menor.


E daí? Ou, como se dizia antigamente, e o kiko? A questão é que a internet, ou o seu análogo em termos de conteúdo, a web, passou a vigorar como padrão e, ainda mais, como uma espécie de panacéia para todos os males do mundo. Houve até quem cantasse a pedra de que existiria uma “Nova Economia” e tudo o mais não passasse de coisa ultrapassada, velha, fadada a morrer. Bom, a tal Nova Economia é que morreu rapidinho, em meio a um dos muitos débacles das bolsas americanas.


Mas a idéia do novo, da novidade; em oposição ao velho e ultrapassado permaneceu. E de forma alucinante, o que é novo hoje, literalmente é velho na web amanhã. Para esse quase ancião que vos fala (45 anos) [46] não tem a menor importância: tanto o de hoje, como o de ontem e o de amanhã, em geral, não tem mesmo a menor importância. Grande parte da web é puro trash.


Mas é tudo porcaria? Claro que não. Não é uma coisa bacana? Sim, é super-bacana, fantástica ferramenta de pesquisa, meio de comunicação universal, imediato, democrático. E não só isso: também provocou uma “segunda onda” de inovações e ganhos de produtividade generalizados na economia real (a “velha”). Vivemos o período de prosperidade da “era da informação”. Mas lembrem-se, nada é eterno.



O jovem e o novo (epílogo)


Chega de definições? Vamos ao que interessa: as provocações e o debate.

Temos a maior biblioteca imaginável (ou inimaginável), ao toque dos dedos, mas:


1- Pouco adianta se não soubermos “ler”.


2- Mesmo se soubermos, como escolher o que ler?


3- Será sempre melhor o mais novo, mais recentemente atualizado, as news?


Imaginem uma tropa de analfabetos ou semi, ou mal alfabetizados, tomando posse da Biblioteca do Senado. Vão fazer exatamente o que por lá? Vão tirar qual proveito? E me refiro à alfabetização em sentido literal, e não à chamada “inclusão digital”. Esta não passa de trololó para vender equipamentos e serviços de informática. Um “alfabetizado digital” não é mais que um carregador de livros em uma biblioteca real, aprendeu apenas que tal livro deve ficar em tal prateleira, mas provavelmente nunca o lerá. Já alguém que saiba ler (e escrever) direito tem amplo potencial a ser aproveitado, Nesse caso acho que está tudo errado: o país precisa acordar para a realidade vexatória do péssimo desempenho escolar nos ciclos fundamental e médio no Brasil.


Beleza, vamos ler o que? Todas as informações estão lá, basta “googlear” ou “wikipediar”. Fico pensando nos grandes enciclopedistas do século XVIII, que reuniam “todo” o conhecimento da humanidade em alguns poucos volumes. Ficariam catatônicos ao se depararem com uma wikipédia infinita e escrita por qualquer um.


As ferramentas de busca da internet são espetaculares, parecem aquelas louras supergostosas, mas burrinhas, coitadas... O que fazer para nos desvencilharmos de tal dédalo ou labirinto, que é a web através dos buscadores?


Vamos fazer uma experiência. Digitem “lusíadas” no nosso grande irmão Gloogle. Ele retornará cerca de 650 mil referências. Há respostas muito divertidas. Por exemplo, na página 20 encontrei o “Rap dos Lusíadas” e um restaurante homônimo. Na primeira página encontraremos o texto completo, para download - vantagem alguma, é domínio público há séculos. Mas é apenas a segunda referência, a primeira é da nossa velha-nova wikipédia [refiz o teste: dessa feita apareceu um link para download em primeiro lugar, mas só de alguns capítulos e seguido do verbete no wikipédia]. Falem a verdade, quantos de vocês prefeririam ler aquele catatau, em português embolado de 500 anos atrás que, convenhamos, é dureza de agüentar.


Mas esperem lá. Nunca leram Camões, não? Pô, então vocês não sabem é nada mesmo...


Biblioteca do Congresso americano.

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35 comentários:

  1. Ei, RM,

    Dá para apresentar a Maria Luiza Pedrosa?

    Fiquei curioso... É mineira?

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  2. And it continues to all boil down to saber ler o explícito, o implícito e o escamoteado né não?

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  3. partindo do princípio que o tema ou problema pode ser identificado: web, net, bom ou mau? vantagens e desvantagens...

    Qual é a TESE?... fiquei baralhada. Deve ser por pertencer a uma geração que nem é (hj) considerada jovem nem (po si) de adulta - estou no limiar...rs

    Porém, ainda sei ler, dou uns toques na escrita e já li Camões. Todo o Lusíadas? ah não! tem tanta coisa nova, né?

    Concordo com parte do que afirma, mas gostava que me traduzisse em uma frase a sua tese. qual é?

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  4. "desde a antiguidade sempre valorizaram a experiência e o saber acumulado, que só vem mesmo com a idade?"... moral à parte, isso é outro assunto, mas vc sabe mt bem o que mudou!! e essa dita sabedoria maior do ancião, baseada na EXPERIÊNCIA, não tem hoje esse valor todo, obviamente. A partir de certo momento ninguém consegue acompanhar certas evoluções, o domínio de ferramentas que, se associadas a uma boa preparação "mental", permite ao jovem saber muito mais do que seu avô...

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  5. ... E relativamente ao post, agora que vou dormir, aconselho a leitura de um texto do meu amigo Geraldo Iglesias:

    http://sobretudodelona.wordpress.com/2009/01/12/as-culturas-e-a-falta-de-cultura/.

    Não deveria existir uma cultura, objectiva, exclusiva, dominante. Deveria, outrossim, respeitar-se as culturas, cada uma com as suas características, a sua história, as suas experiências, o seu conhecimento e a sua interpretação do sentido da vida. A um aborígene ou a um kayapó não faz falta não ter lido "Os Lusíadas" e a "Madame Bovary" ou as obras de Shakespeare; e até será, porventura, um bem para ele não ter lido.

    Cultura não é saber ler e escrever, nem é conhecer uma enormidade de acontecimentos e de factos: é saber viver bem e melhorar o mundo tirando proveito individual e colectivo do que sabemos.

    E nesse sentido a wikipédia do google pode ser tão boa e profícua como "Ulisses", de James Joyce.

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  6. Portuga,
    sorry, mas ela fechou o blog... rss
    Quanto à sua análise não discordo, de forma alguma. E não vejo incompatibilidade com o texto: a maioria das pessoas com mais de 65 anos, no Brasil, nunca entrou na internet e isto não as fez piores...

    Anne,
    claro, você tem toda razão. Vou além: se uma pessoa tivesse algo muito importante para falar será que publicaria na internet? rss

    Peixe,
    pois não; numa frase: a internet (ou a web, seu sinônimo em termos de conteúdo) é APENAS mais uma mídia, um meio de comunicação. Se é bom ou ruim depende do uso que dela se faz.
    O jovem pode até saber mais que o avô, mas qual a utilidade disso? Ele é capaz de tomar decisões melhores? É capaz de avaliar alternativas? Cria melhor seus filhos? Comporta-se melhor socialmente?...


    Amigos, vou jantar. Fiquem à vontade...

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  7. última pergunta: neste universo "novo" como caracterizaria seu blog- "trash"?

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  8. jovem pode até saber mais que o avô, mas qual a utilidade disso? Ele é capaz de tomar decisões melhores? É capaz de avaliar alternativas? Cria melhor seus filhos? Comporta-se melhor socialmente?...



    Olhe pra sua experiência. E não esqueça que o "social" do avô já passou né??? essa conversa de que "antes é q era bom"- que eu mm digo mts vezes- é uma forma fácil de resistir á mudança, ou justificar dificuldade de adaptação.se o jovem se justifica na medida de seus comportamentos...e mts o fazem ao contrário do avô que nc pensou sequer nos pqs de certas regras e atitudes.


    boa noite 2x

    xau

    boa noite pra vcs tb.

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  9. Peixe,
    caracterizaria como venenoso, peçonhento e gentil... rss
    E você, como caracterizaria?

    Não vou falar em termos pessoais, mas de gerações. Aqui no Brasil, as pessoas acima de 70 anos, que tiveram a oportunidade de se educarem, mesmo que apenas o ciclo fundamental, foram muito mais bem preparadas que o grosso das gerações mais recentes.

    Não tô falando que "antigamente que era bom"; e sim que eles eram muito melhores que nós...

    E eu não tenho qualquer dificuldade para me adaptar a eventuais novas "ferramentas". Nem os "véinhos" teriam... Agora peça a um guri desses que redija uma mera carta comercial...

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  10. RM,

    Me "metendo" na sua conversa com a Anne (Olá, Anne, como vai loira?..), eu acho que se houvesse internet no tempo do Einstein, Einstein anunciaria e publicaria a teoria da relatividade na Internet.

    A internet é hoje o veículo de comunicação por excelência, ultrapassou a imprensa escrita, a televisão, a rádio, a cultura livresca...

    Se não fosse a internet, nenhum de nós aqui da confraria nos haveriamos conhecido, e imagina o vazio na vida e o que não teriam perdido centenas de gurias por não terem conhecido o impertinente Mr. Almost, e os confreiros por não terem conhecido a peixa, essa pescadinha que dá para comer à posta.

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  11. Portuga,
    pode até ser no caso de Einstein, já que ele era meio gauché...

    Mas quantos trabalhos acadêmicos, de qualquer área, você conhece e que foram publicados antes na web que nas revistas acadêmicas? Quantas obras literárias? Quantas informações políticas ou econômicas, capazes de mudar os respectivos quadros econômicos e políticos?

    As muitas qualidades da internet estão enfatizadas no texto ("... fantástica ferramenta de pesquisa, meio de comunicação universal, imediato, democrático"), o que não a torna mais do que efetivamente o é: apenas mais uma mídia.

    Mas o texto critica o excessivo "novidadismo" dessa mídia, o que torna seu conteúdo cada vez mais descartável...

    Quanto às gurias... ah, deixa pra lá! rss

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  12. RM,

    Conteúdo descartável?... Veja esses vídeos... Como professor, vai gostar.

    http://www.portatilmagalhaes.com/videos-magalhaes/computador-magalhaes-a-noticia-em-video/

    http://www.youtube.com/watch?v=guHmlHxVn54&feature=related

    Esse video tem um ano. Hoje estamos exportando o Magalhães até para as escolas venezuelanas...

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  13. É claro que depois do português fazer algo bem feito, tem sempre um papai brasileiro (mais esperto) que altera as configurações pedagógicas originais do computador que a escola deu à sua filha... E ainda coloca na internet como fazer!

    http://www.youtube.com/watch?v=c6Px74EEGUI&NR=1

    (E tem outros que até o vendem!!!)

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  14. Rss

    Não quero nem ver quando aparecer o modelo CABRAL...

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  15. Parceirim, não deu tempo de ler ainda... :(
    Estou curiosíssima com este conteúdo, mas este não é um blog da geração twiter... não dá prá absorver numa passada rápida.
    Voltarei com a calma e atenção devidas que seu trabalho cuidadoso merece.

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  16. Rss

    Udi, depois desse comentário em que você sanciona praticamente tudo que está no post, talvez fosse desnecessário um novo...

    Brincadeira, querida! Aguardo com muito prazer seu comment...

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  17. Acho que o foco da questão, não está no saudosismo dos tempos dos nossos avós, nem tampouco na negação das fundamentais inovações tecnológicas ocorridas principalmente via Internet, em plena era da globalização!
    O problema é quando a quantidade sai ganhando frente à qualidade do imenso material disponível e de facílimo acesso a quem quer que seja... A educação no país está deixando muito a desejar, e creio que uma boa leitura, ainda faz-se necessária na formação educacional de nossos jovens! Com a facilidade de pesquisas via Internet, o jovem se deixa seduzir pelo rápido acesso ao material a ser pesquisado, sem que ao menos o leiam na íntegra... Em alguns casos, chegam ao requinte de copiá-los, retirando trechos de diversas fontes, com a finalidade de tentar driblar possíveis suspeitas! E por aí vai... Não há como se abolir nas escolas, o uso da redação e da leitura ( não necessariamente os Lusíadas, é claro!rs) O resultado disso tem sido jovens totalmente analfabetos de vocabulário, gramática, sintaxe, verbos... enfim, com total desconhecimento da língua portuguesa como um todo! Chegam ao requinte de criar uma linguagem "messengeriana" paralela, alegando mais rapidez na digitalização dos "altos papos", mas ao que me parece, há a tentativa de ocultar a sua ignorância na escrita, por detrás de tal pretexto! Evidente que não são todos, mas eu tenho visto até professores universitários, escrevendo errado, aliás, absurdamente errado!! E erros que podem ser considerados verdadeiras atrocidades com a nossa língua!
    E se os professores estão despreparados, o que dirá os alunos!!
    Só citando um tolo exemplo que me veio à cabeça, agora, é o uso de "agente" no lugar de "a gente"... Parece que todos viraram "Agentes 007" de uma hora pra outra! rs Isto pra não citar outros verdadeiros absurdos que chegam a causar arrepios quando lidos! Creio ser inadmissível que mesmo em plena era digital, as pessoas não saibam redigir um texto de seu próprio punho corretamente... Mesmo que cada vez mais se faça uso da Internet, as pessoas ainda terão de entender o que estão a ler, bem como se comunicarem através da escrita ! Imagine uma petição de um advogado ou uma decisão de um Juiz, e demais coisas afins, num futuro próximo?!...
    A era da informática não poderá nunca sobrepujar ou minimizar o valor de uma escrita correta! É o mínimo exigido por um cidadão de qualquer país, que saiba escrever corretamente a sua língua, ou algué discorda disso?? Inclusive, seria bom frisar que quem não sabe escrever, tb não saberá ler e interpretar o que quer que esteja escrito... Estou errada??
    Claro que o Rm foi muito mais completo e minucioso na apresentação de suas idéias muito mais abrangentes e deliciosamente compiladas! Tiro meu chapéu ao mineirim mais uma vez... rs
    Eu apenas me ative ao uso correto da nossa língua nos dias de hoje, que segundo meu ponto de vista é de fundamental importância, sim, em que pese como foi dito num comentário acima o que ora transcrevo:

    "A internet é hoje o veículo de comunicação por excelência, ultrapassou a imprensa escrita, a televisão, a rádio, a cultura livresca..."

    Realmente a internet é indiscutívelmente o veículo por excelência, sem dúvida alguma, mas o desconhecimento da língua é algo inconcebível mesmo nos dias de hoje!
    É o jovem analfabeto de hoje, que estará a inserir material escrito na Internet... ou será que as informações ali disponíveis serão redigidas por Camões ou Rui Barbosam diretamente do além?!rss
    Será que serão psicografadas????
    Será ??rs

    Acho que fiz um testamento!! rs
    Beijos
    Helô

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  18. Helô,

    Esse pc que eu apresentei aí (o Magalhães), substitui grande parte dos livros escolares que as famílias tinham de comprar todos os anos: ele já contém os livros escolares, e mais: listas de sites pedagógicos relacionados com as matérias escolares que as crianças podem explorar na internet, indo além da lição que o livro contém; permite também estudar e trabalhar em grupo (em rede) e comunicar com o professor todo o tempo - quase como você faz no msn com seus amigos.

    As famílias poupam dinheiro em livros e materiais escolares, os garotos - que adoram computadores - estudam mais, tomam contacto e o gosto pelas novas tecnologias; poupa-se papel, árvores, florestas e desenvolve-se a imaginação e as capacidades das crianças. E esse é o futuro, a tecnologia.

    Hoje em dia já não há jornal, tv, revista que se preze que não possua uma versão online. Bibliotecas estão fazendo bancos de dados para um desses dias ser possível que todos possam ler qualquer livro que pretendam em simultâneo com muitos outros leitores (sobretudo quando os exemplares são raros). No pequeno espaço do seu pc, você terá milhões de livros disponíveis para ler sem ter de encher a sala e o guarda fatos de livros bolorentos...

    Claro que não fará mal ler livros em papel... (Também não faria mal a um ateu ir à missa, porquanto o padre só fala para não matar, para honrar pai e mãe, para não ser guloso, para não cobiçar mulher alheia - Hum!!! Há mulher alheia? Cada um de nós não pertencemos a nós mesmos?) Mas é o livro em papel que muitas vezes torna a cultura mais difícil, seja porque você não tem dinheiro para comprar todos os livros, seja porque o livro que você quer ler está esgotado e não encontra em livraria. A literatura online massificará o acesso de todos ao conhecimento, à cultura e à leitura; e neste aspecto será uma revolução cultural...

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  19. Sim, Mr.Almost, creio nisto piamente, afinal o desfecho da era informática jamais se encerrará, muito pelo contrário, tenderá a evoluir sempre... but,
    há a fase de TRANSIÇÃO, principalmente nos países como o nosso Brasil varonil de anil, que ainda não dispõe sequer nas escolas, e muito menos dentre toda a população, o livre acesso à tecnologia/internet, de forma tão natural e usual, como bem descrita por vc! Até que cheguemos aos livros virtuais e sites de ensino, de forma geral e igualitária pra todos, algumas dezenas de décadas ainda se passarão, não é mesmo ?? Sem falar que nas classes menos abastadas, o nº de filhos é bem maior, e com esta progressista modalidade de ensino, far-se-á necessário, praticamente, um computer para cada membro da família, certo?! E o que se fazer com as "vítimas da hora", ou seja, os que estejam ainda em plena era do papel??
    O "ideal" por vezes, torna-se inviável, muito utópico e um pouco irrealista, quando o modelo econômico de uma nação, não permite a "globalização igualitária" dentre os seus cidadãos, ou seja, não há a mesma oportunidade para todos, e a distinção de classes sociais, faz-se notória! Como se faz então?? Nada e nem tecnologia alguma, pode abolir a leitura, seja ela virtual ou no papel, de um ensino que se preze! Além do que há que se ter muita vontade e discernimento, por parte dos jovens, pra que se sentem frente ao PC com vistas ao estudo e com todas as "tentações pipocando" ao seu lado!!...rs Ou vc acha que eles não manterão seus Msns e Twiters, permanentemente "on", enquanto estariam a estudar ?? Todos sabemos da rebeldia dos jovens e de como, em sua maioria, estão sendo criados meio que largados, ou por falta de pais que SAIBAM DAR LIMITES, ou porque os mesmos se ausentam de casa pra que possam ganhar a vida... Não nos iludamos que a responsabilidade na maioria deles, pinta com mais maturidade, e às vezes, nem pinta ou já é um pouco tarde demais, certo?
    Este "assunto internáutico" dentre os jovens de hoje, ainda dariam várias postagens à parte... Teríamos de falar do sexo virtual e muito mais!! ( e aí incluiríamos tb os adultos, que me parece estão trocando o "olho no olho", pelo "mouse no mouse"! rs Acho até que a espécie humana será extinta, já que o gozo virtual é a forma mais segura contra uma possível gravidez!! rs Mas isto já é uma outra estória e bem cabeluda, por sinal, não é mesmo ?? rss)
    Na verdade mesmo o ensino está vergonhoso, e cada vez mais os jovens de hoje, não serão os adultos qualificados de amanhã... E torno a repetir:
    A quem caberá a escrita via internet dos livros virtuais ?? Caberá a maioria dos jovens de hoje, a capacidade de virem a escrever um português correto, num futuro próximo ?? Sinceramente que eu creio que não... Os poucos blogueiros jovens que eu admiro neste quesito "escrita", com certeza tiveram outra chance de estudo, incluindo-se o gosto pela leitura ou excelentes colégios, porém caros à maioria dos que estudam, ou "deveriam" estar a estudar - o que sabemos tb ocorre com uma frequência assustadora !! E isto tb daria um outro post...
    Enfim, acho que mais uma vez, me empolguei demais !!
    Vou ter de me ausentar, agora!!
    Voltarei à noite...
    Beijos
    Helô

    P.s. Quanto a existir ou não a mulher alheia, eu costumo dizer que não quero, pra mim, o "homem alheio" !!! rs Quero um homem disponível aos meus encantos e à minha cama full time... Agora, se na hora do cafezinho, ele degusta e prova de outros sabores, aí já é outra estória... Mas o importante mesmo é que eu nem desconfie!! Que eu seja tolinha, tolinha... rss
    Beijos com gosto de café !! rs

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  20. Helô,

    Falei em "mulher alheia" conceptualmente. Mulher não é propriedade de ninguém, pertence a ela mesma.

    Quanto à internet, aos MSN e aos Twitters, aposto que quando o RM era estudante escondia a playboy no meio do livro de História... e você... os bilhetinhos dos namorados, né?...

    E veja: http://www.porbase.org , o futuro já começou. Num futuro próximo livro de papel vai virar disco de vinil, por muita saudade romântica que de uns e de outro tenhamos.

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  21. Ah! Quem tem dinheiro para comprar trinta e sete aviões-caça à França e uns não sei quantos submarinos, também deveria ter um dinheirito para oferecer computadores escolares de baixo custo (os "magalhães" custam cerca de 138 euros cada um, são oferecidos às crianças desfavorecidas e pagos pelas famílias de maiores recursos) às crianças em idade escolar...

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  22. Almost,

    ou não entendi direito, ou ando desinformada... o "Magalhães" oferecido a crianças desfavorecidas?... a algumas talvez, em outros casos, como sabe, foram recolhidos após a "fotografia". Além disso, essas famílias precisam bem mais de outros bens, relativos inclusive à educação, do que computadores. Os restantes foram pagos, média 50 euros para as famílas "favorecodas"?!!!...

    A parte que mais me espantou foi dizer que esse pc substitui a compra de livros e outro material?!!!!!!!!!!!!!!!!

    se fizer questão, até posso contar os livros que precisei comprar para o meu filho, no segundo ano de escolaridade, quanto paguei por eles (e ainda bem q ficam na escola ou o rapaz teria graves problemas de equilíbrio)e, sobre material, se postasse aqui a lista do que foi pedido era certo que batia o "testamento" da Helô!!

    Magalh~es serviu para propaganda e se dúvidas houvesse, sabe muito bem cm isso foi escandalosamente "usado"(sob ameaça) na campanha eleitoral do bemfeitor!!!

    por favor. o senhor já viu melhores dias, não??

    (não bata muito que estou muito cansada)rs

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  23. correcção: favorecIdas.

    ah, e o magalhães com erros ortográficos??? tb é giro. e o magalhães a induzir acesso a internet!? ...

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  24. tá eu bem sei... o senhor almost gosta de provocar com suas afirmações... e às vezes consegue! rsss

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  25. Peixa,

    Você anda desinformada. Tem um video aí, de um emigrante brasileiro, que recebeu gratuitamente um "magalhães" para a filha.

    Claro que o computador "magalhães" não substitui todos os livros, todos os materiais escolares, a escola, os professores. Mas é um princípio, peixa, um princípio de um futuro muito próximo...

    Você não movimenta as suas contas bancárias através do seu pc? Não faz já declarações de imposto através do seu pc? Não paga contas através do seu pc? Não lê jornal através do seu pc?...

    Está breve o dia em que todo o mundo tem de ter email como hoje tem morada de polícia. Está breve o dia em que você e eu e todo o mundo não poderá fazer nada sem o pc...

    E por falar em Magalhães, a quem se dá o mérito da 1ª. volta ao mundo e da prova da teoria que o mundo é redondo, este computador e o que ele acarreta relembra o esforço português com a formação de armadores e de bons carpinteiros que construíram as robustas naus que permitiram a Magalhães o seu feito, e que hoje são indevidamente os esquecidos pela história.

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  26. "Você não movimenta as suas contas bancárias através do seu pc? Não faz já declarações de imposto através do seu pc? Não paga contas através do seu pc? Não lê jornal através do seu pc?..."


    independentemente da resposta e lhe garanto que muita gente não o faz, me permita questionar:- que tem esse tipo de ACTOS a ver com a APRENDIZAGEM???? aprendizagem, até, que passa pelo próprio uso de um computador. Paradoxo: compre um computador que ele lhe ensina a usá-lo... brilhante, não?

    Não discordo que a informática venha passar a fazer parte do futuro, de formas algumas ainda impensáveis, é a realidade, como não defendo que é tudo mau e que não constitui óptima ferramenta ao SERVIÇO do homem. O problema se coloca quando o homem passa a estar ao serviço das máquinas! ah... tantos filmes já o exploraram, livros até, em tps sem computadores, e infelizmente parece-me ser para aí que caminhamos. Porém, a substituição da educação e instrução pela net... acho possível sim MAS SÓ desejável por uma parte muito suspeita de pessoas...


    bem, trabalhinho me espera (tb no pc! claro) e ainda é preciso dormir.

    saudações sem "xaxa". Fala sério ou...ó... well you know!

    rsss

    e o dono do espaço? debandou? deixou o boteco à mercê da pilhagem??? hein, rm??

    boas noites a todos

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  27. Helô,

    Claro que vive. Foi à festa da Udi and her friends! Deve voltar lá para o final do mês... Rsss...

    (Você sabe que como ele é da serra, é subidinho, né? Subidinho, trepa muito colinas, uiii!)

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  28. Érre parceirim querido,
    Elogiar o estilo e conteúdo é chover no molhado. Vou pular essa parte prá dizer o que mais impactou: é esse formato de discurso que você escolheu! Ele instiga ao raciocínio, à reflexão e, especialmente, ele é aberto.
    Você passa o seu recado através das palavras e, nas entrelinhas, na forma de estruturar as idéias, você mostra que pratica o que escreve.
    ...e Camões também tem algo a dizer que se adequa muito a este conteúdo:

    "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
    Muda-se o ser, muda-se a confiança;
    Todo o mundo é composto de mudança,
    Tomando sempre novas qualidades.
    continuamente vemos novidades..."

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  29. Monsieur!
    Se sabias da "festa" porque não deu ar da graça? (ainda que virtualmente?)

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  30. Madame Udi!

    Eu nunca falo tudo o que os meus serviços secretos me informam, discretamente. É certo que gosto de saber e de estar ao corrente dos acontecimentos mais relevantes da confraria, ainda que virtualmente; Mas, por defeito ou por virtude - conforme a percepção de cada qual - guardo sempre uma surpresa para as madames: porque elas adoram surpresas.

    Don't you agree, mam?

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  31. oui, monsieur! je suis d'accord.

    (nada como ter um google tradutor à mão né?)
    ;)

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  32. Ei parceirim,
    saudades!

    "e por falar em saudades..."

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  33. queria te pedir um favor: estou montando um projeto para o blog com algumas pessoas, mais ou menos próximas minhas e da Carola pedindo que interpretassem sua morte. O que foi essa morte para vc? Como o impactou? que tipo de sentimentos surgiram? quem era ela para vc?
    pode ser escrito, foto, imagem, vídeo....Vai virar um projetao com a interpretação de várias pessoas. combinei até final da próxima semana... topas?

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  34. Então meu caro, essa questão abordada ali em cima sobre a diferença na preparação das geraç~eos mais antigas, sei que, apenas em primeiro plano, esses "véinhos" em sua maioria "cortavam um dobrado" para aprender, mas, aprendiam para valer...

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