sábado, 30 de janeiro de 2010

NOTA TRISTE: MENOS LEVE E SOLTO

Faleceu ontem pela manhã Mara Fortuna, a nossa Maroca, vitimada por complicações decorrentes de um AVC ocorrido no último dia 10. Tinha apenas 49 anos, era formada em Direito, divorciada, dois filhos na casa dos vinte.

Eu a conheci em fins de 2007 no blog da Luciana G, o Verbo Feminino (link AQUI). Àquela altura, muito participativa e usando o pseudônimo "Leitora Assídua", ainda não assinava comentários com o próprio nome nem tinha blog, o que viria a acontecer alguns meses depois. Soube, mais ou menos nessa época, que morava numa pequena cidade do interior paulista, quase na divisa com o Mato Grosso do Sul.

O que ainda não sabia é que se processava grande mudança em sua vida e que nos tornaríamos bons amigos. Num curto espaço de tempo consumou-se o fim do casamento e ela voltou a trabalhar e a morar em São Paulo, depois de 20 anos. Apesar da dramática mudança de rumos, ela se mostrava segura e bem-humorada, como sugere o título do blog que criou e manteve até alguns meses, o Leve e Solto (link AQUI).

Nesse blog ela se revelou inteira e fidedigna. Leve: alto astral, otimista e bem-humorada. E solta: tolerante, generosa e companheira. Nosso relacionamento ampliou-se além da blogosfera; trocamos mensagens, conversamos no gmail e msn, firmou-se a amizade. Nesses contatos dois aspectos chamaram minha atenção: como podem ser especiais as mulheres chamadas "normais" (inclusive e sobretudo no que diz respeito ao uso dos blogs como forma de expressão) e como podem ser rápidos e intensos a aproximação e o afeto em relações virtuais. Continuo achando-as estranhas, todavia: alvo de seu carinho e admiração (que tornaram-se recíprocos), nunca estive pessoalmente com ela, sequer a vi ou conheci sua voz e sinto-me como se perdesse uma amiga de infância...

Deixo um abraço aos familiares e amigos mais próximos e à Ana Paula Siqueira (link AQUI), que nos manteve informados de seu estado nesses últimos dias. Também ao Chorik (link AQUI), Ka (link AQUI), Elianinha (link AQUI), Mr Portuga (link AQUI), Patty Diphusa (link AQUI) e Ricardo Soares (link AQUI), que a homenagearam em postagens.
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15 comentários:

  1. São nestes momentos que percebemos quão frágil são as nossas vidas... Estamos à mercê de forças maiores ou apenas jogados ao relento e entregues à "própria sorte"?! Dúvidas que me assolam e sem respostas... Sei disso!
    É verdade, RM, que as pessoas ditas "normais" se revelem neste universo Blogal, afinal isto aqui funciona como um desnudamento da alma, e, talvez, a própria virtualidade venha a favorecer neste sentido... Sei lá, mas acho que faz sentido, sim!
    Andei passeando pelo Blog da Mara, logo que soube de seu estado, e percebi toda a magia e vida que ela colocava em seus relatos... Realmente um desperdício a sua partida tão precoce! Diria até mesmo, injusta!... Mas quem somos nós pra nos rebelarmos contra a morte? Cabe-nos apenas aceitá-la, ou melhor, engoli-la, nada mais!!
    Deixo aqui o meu lamento pelo "ser vivo cheio de vida" que se foi, ainda que eu não tenha usufruído de seu agradável e caloroso convívio virtual, como foi o caso de vocês! Mas... a energia, quando é boa, fica, mesmo após a partida de um ser especial, como foi ela!
    Sem mais...
    Helô

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  2. Muito triste! Não tive o prazer de conhecê-la como tu rm e se tem uma coisa que a cibercultura tem me ensinado é "como podem ser rápidos e intensos a aproximação e o afeto em relações virtuais" e eu acrescentaria 'surpreendentemente gostosas'.

    Deixo pra vocês um poema que escrevi quando da morte de minha irmã em 2007 que perdeu a vida em um incêndio de campo na fazendo deles em Brasília.

    Reactions

    As I look out of the window of my heart
    I see sorrow, tears and anger.
    But if I use the eyes of my heart
    I see smiles, laughter and strength
    which marked my sister's life.

    Lembrem do sorriso dela...

    Abraços apertados a todos.
    Anne

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  3. Para Mara, bálsamo de alegria e paz:

    http://www.youtube.com/watch?v=RVLBb3tdUXo


    "Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."
    (Antoine di Saint - Exupéry)

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  4. RM,

    Tô triste, arrasada, chocada... a vida é um sopro de vento mesmo... ela era nossa Maroca!

    Sobre as relações internáuticas, nunca vou esquecer aquele abraço fraterno em um dos dias mais tristes e difíceis da minha vida. Dia 27/02 faz 2 anos já, crê?

    Um bjo especial para vc,
    Malu-quinha

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  5. Hellô,
    o que me fez permanecer no mundo dos blogs foi esta capacidade de revelação que parece ter, ao menos para algumas pessoas mais que especiais...

    Anne,
    claro! Podem ser sim muito boas ou "surpreendentemente gostosas", como foi conosco e, acho, para todos os que conviveram "virtualmente" com ela...
    Tocante o poema!

    Anônimo (Cora?),
    sim. Às vezes deixam muito mais que levam...

    Maria Luiza, querida,
    todo mundo ficou, nega. Sim, a vida passa rápido...
    Beijão!

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  6. Hang in there my friend... Ela não iria querer te ver triste.

    Bjinhos
    Anne

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  7. Fiquei muito triste,mesmo. Embora não a conhecesse pessoalmente, ela trouxe alegria e divertimento para a minha vida quando eu passava um momento bastante difícil. Descobri com ela que rir ainda era possivel.Melhor ainda, rir de si próprio.
    Desejo aos filhos, a paz e a alegria que Mara distribuiu.
    Abraço!

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  8. Dona Urtigão,
    agradeço a gentileza do comentário e do depoimento.

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  9. Lamento ter aparecido numa hora tão triste, ou melhor, que isso tenha acontecido e visto vc chateado.

    No outro lado, acredito, todos são Uno com o Todo.
    Tudo bem... Ía explicar a consequência disso..., deixa pra lá.

    Abrçs.

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  10. RM,
    Adorei seus comentários sobre a Maroca ( coincidentemente, eu era a única a chamaá-la assim n família ).
    Sâo todos verdadeiros, mas posso acrescentar alguns outros: a Mara sabia ser a melhor amiga de alguém, incondicional era seu jeito de amar, piradinha às vezes, e sua voz era muito linda ( dividimos o microfone muitas vezes, mas minha parte era figuração somente ), autêntica, tinha uma capacidade incrível de perdoar uma falta no prazo de 2 segundos, tão gozadora que minha mãe já me disse que não sabe como serão as reuniões de família sem ela, porque eu sou absolutamente " sem graça " ( sic)...rs, amava a vida e a vivia com intensidade...
    Eu poderia encher um livro com os momentos que dividimos desde que ela nasceu, nossa infância e adolescência, nossos segredos, todas as travessuras ( na infância e atuais ), e essa é a memória que eu vou levar comigo.
    Minha irmã fez muitas vezes a vida ter sentido prá mim, para seus filhos, para meus pais...
    Obrigada pela amizade que vocês dedicaram a ela!
    Abraços a todos,
    Mônica

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  11. Mônica,
    é bastante comovido que leio seu comentário. E reconheço, apesar do pouco convívio, todas as outras características da Mara, por você salientadas. Por essas e por outras é que ela não fez desafetos por aqui; ao contrário, acredito que todos a estimavam e admiravam.

    E também à família, de quem nos tornamos "íntimos", à medida que ela a descrevia em postagens sempre divertidas e carinhosas. Creio falar em nome de toda a turminha aqui, ao desejar força e união a você e aos seus, a fim de que possam superar o doloroso momento.

    E espero revê-la mais vezes aqui.

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  12. Obrigado, querida.

    E que bom tê-la aqui de novo...

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