quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

VIOLÕES BRASILEIROS (1)

PARA CELSO CHORIK

É reconhecido em todo o mundo (talvez mais lá fora que aqui) o talento musical brasileiro nesse instrumento. A tradição é espanhola, mas quase é possível afirmar que existe uma escola genuinamente brasileira de violão, tamanho o seu uso nas composições (desde Villa-Lobos), as múltiplas influências que recebeu de outras origens e os grandes instrumentistas que aqui se formaram (concertistas "clássicos" ou populares).

Apesar de certa limitação harmônica, dada a disposição das cordas e sua respectiva amplitude musical, é um instrumento belíssimo que, tocado por virtuoses (que superam aquela limitação), leva a novas sonoridades e encantamentos.

Inicio aqui uma série que, se conseguir manter uma postagem semanal (como pretendo), deverá durar vários meses, não faltam grandes violonistas para escolher. O primeiro é Raphael Rabello, morto precocemente e dono de um talento incomum até para os padrões brasileiros. Seu último trabalho, dedicado à música de Jobim, merece uma ida às lojas de discos (se é que ainda existem). No vídeo que segue, transforma Sampa de Caetano Veloso numa mini sinfonia de um só instrumento, emendando-a com Samba do Avião de Tom Jobim e criando um novo significado para a expressão "ponte aérea Rio-São Paulo"...

16 comentários:

  1. Agradeço o simpático comentário, Valério,
    e aviso, você parece gostar de uma viola, que numa seleção prévia, há pelo menos uma dúzia de nomes que merecem posts nesta categoria...

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  2. Sensacional. Fui a um show do Raphael Rabello há muitos anos (Caçador de Pérolas, com Arthur Moreira Lima, Ney Matogrosso e Chacal). Inesquecível. Ele era espetacular.

    Também estou ansioso. Vem João Bosco e Yamandu ??

    Abraços

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  3. Nicolau,
    o João Bosco, se é quem estou pensando, é mesmo um violonista sensacional, que faz com a mão direita coisas que muita gente não faz com as duas mãos. Mas não é propriamente um virtuoso do instrumento. Já o Yamandu Costa é uma espécie de herdeiro do Raphael Rabello, ao menos no espetáculo e técnica apuradíssima. Este aparecerá sim, o difícil é escolher a música...

    Gatona Diphusa,
    sabia que a senhora ia gostar. Quem tem sensibilidade, especialmente a musical, sabe reconhecer o belo...

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  4. Ah, que eu sempre me derreto toda quando o assunto em pauta é a música.

    RM!
    E pensar que tocador de violão já foi sinônimo de vagabundo, de desclassificado...
    E que graças ao boêmio Catullo da Paixão Cearense, poeta popular, músico e compositor, entre outras de "Luar do Sertão", o hino nacional do sertanejo, foi quem introduziu o violão das rodas dos seresteiros para os salões da alta sociedade e conservatórios cariocas em 1908 (:D pesquisei).
    O violão pode ter pai espanhol, mas assim como a viola, é neto de mouros e bisneto de hebreus - nos dizeres de uma moda de autoria de Gustavo Pinheiro Machado, mas ninguém duvida que é o instrumento da alma brasileira.
    Daí termos expoentes como Raphael Rabello, dentre tantos outros jeitosos que ostentaram, e ostentam o pinho e que mantém a tradição da música instrumental, apesar da falta de espaço nas rádios.
    Linda a execução do moço talentosíssimo. Que venham os outros da série.

    PS: O Celso leva jeito de tocador...rs

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  5. Dona Cora,
    seu comentário, como de praxe, ficou muito melhor que meu post. Vamos trocar? Você escreve os posts e eu faço comentários... rsss

    E a senhora sabe me dizer por que apenas aqui no Brasil (e em Portugal) chamamos o instrumento de violão? Em todas as outras línguas é chamado de guitarra (derivado do grego Khetara ou do latim cítara)?

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  6. E Cora (e Valério, Nicolau e Patty),
    já votou(aram) na enquete do "RM NO VERBO"?

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  7. Ah, sim. vem do aumentativo de viola?...rs

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  8. hehe... tomara que dure vários meses!!!
    ;-)

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  9. E, RM, não votei porque não tem a opção N.D.A.(nenhuma delas apetece)...rs

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  10. Dona Ju,
    se agradar o distinto público, terei o maior prazer em postá-los.

    Dona Cora,
    sim, isso mesmo. Os portugueses tinham um instrumento muito parecido com o violão, apenas menor e ao qual davam o nome de viola. Daí, portuguesamente, usaram o aumentativo para diferenciar a guitarra espanhola...
    Agora, por que não preferiram chamá-la guitarra, só perguntando para os gajos... rsss

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  11. E Cora,
    claro que no caso de mulheres responderem à enquete, à pergunta subentende-se que é como elas preferem que as suas apeteçam a outrem...

    Mas já que ninguém quiS responder acho que vou excluí-la.

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  12. Ai, que coisa boa ouvir isso. Queria ter tido o privilégio de ouvir pessoalmente como os Francis. Gosto mais de Samba do avião, porém, no violão do Raphael preferi Sampa. Curioso...
    Pensar que ele morreu aos 30 e poucos. Uma perda para o Brasil, né?
    Bjs

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  13. Denise,
    sim, ainda mais da forma trágica que ocorreu a morte do músico. Ele era realmente extraordinário; colocava aqueles tocadores de flamenco no chinelo...

    Também gosto mais do Rio que de Sampa... rsss

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  14. Ah! O violão! Eu amo esse companheiro, sua sonoridade (gosto de piano também, mas não dá para carregá-lo!) Como é bom poder tocar um instrumento! Quem me dera ser um 'virtuose', mas toco o suficiente para me agradar.
    Abração

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