PARA CELSO CHORIK
É reconhecido em todo o mundo (talvez mais lá fora que aqui) o talento musical brasileiro nesse instrumento. A tradição é espanhola, mas quase é possível afirmar que existe uma escola genuinamente brasileira de violão, tamanho o seu uso nas composições (desde Villa-Lobos), as múltiplas influências que recebeu de outras origens e os grandes instrumentistas que aqui se formaram (concertistas "clássicos" ou populares).
Apesar de certa limitação harmônica, dada a disposição das cordas e sua respectiva amplitude musical, é um instrumento belíssimo que, tocado por virtuoses (que superam aquela limitação), leva a novas sonoridades e encantamentos.
Inicio aqui uma série que, se conseguir manter uma postagem semanal (como pretendo), deverá durar vários meses, não faltam grandes violonistas para escolher. O primeiro é Raphael Rabello, morto precocemente e dono de um talento incomum até para os padrões brasileiros. Seu último trabalho, dedicado à música de Jobim, merece uma ida às lojas de discos (se é que ainda existem). No vídeo que segue, transforma Sampa de Caetano Veloso numa mini sinfonia de um só instrumento, emendando-a com Samba do Avião de Tom Jobim e criando um novo significado para a expressão "ponte aérea Rio-São Paulo"...
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Estarei auardando anciosamente à todos!
ResponderExcluirAgradeço o simpático comentário, Valério,
ResponderExcluire aviso, você parece gostar de uma viola, que numa seleção prévia, há pelo menos uma dúzia de nomes que merecem posts nesta categoria...
Sensacional. Fui a um show do Raphael Rabello há muitos anos (Caçador de Pérolas, com Arthur Moreira Lima, Ney Matogrosso e Chacal). Inesquecível. Ele era espetacular.
ResponderExcluirTambém estou ansioso. Vem João Bosco e Yamandu ??
Abraços
Belo. Ele era mesmo muito bom.
ResponderExcluirbjs
Nicolau,
ResponderExcluiro João Bosco, se é quem estou pensando, é mesmo um violonista sensacional, que faz com a mão direita coisas que muita gente não faz com as duas mãos. Mas não é propriamente um virtuoso do instrumento. Já o Yamandu Costa é uma espécie de herdeiro do Raphael Rabello, ao menos no espetáculo e técnica apuradíssima. Este aparecerá sim, o difícil é escolher a música...
Gatona Diphusa,
sabia que a senhora ia gostar. Quem tem sensibilidade, especialmente a musical, sabe reconhecer o belo...
Ah, que eu sempre me derreto toda quando o assunto em pauta é a música.
ResponderExcluirRM!
E pensar que tocador de violão já foi sinônimo de vagabundo, de desclassificado...
E que graças ao boêmio Catullo da Paixão Cearense, poeta popular, músico e compositor, entre outras de "Luar do Sertão", o hino nacional do sertanejo, foi quem introduziu o violão das rodas dos seresteiros para os salões da alta sociedade e conservatórios cariocas em 1908 (:D pesquisei).
O violão pode ter pai espanhol, mas assim como a viola, é neto de mouros e bisneto de hebreus - nos dizeres de uma moda de autoria de Gustavo Pinheiro Machado, mas ninguém duvida que é o instrumento da alma brasileira.
Daí termos expoentes como Raphael Rabello, dentre tantos outros jeitosos que ostentaram, e ostentam o pinho e que mantém a tradição da música instrumental, apesar da falta de espaço nas rádios.
Linda a execução do moço talentosíssimo. Que venham os outros da série.
PS: O Celso leva jeito de tocador...rs
Dona Cora,
ResponderExcluirseu comentário, como de praxe, ficou muito melhor que meu post. Vamos trocar? Você escreve os posts e eu faço comentários... rsss
E a senhora sabe me dizer por que apenas aqui no Brasil (e em Portugal) chamamos o instrumento de violão? Em todas as outras línguas é chamado de guitarra (derivado do grego Khetara ou do latim cítara)?
E Cora (e Valério, Nicolau e Patty),
ResponderExcluirjá votou(aram) na enquete do "RM NO VERBO"?
Ah, sim. vem do aumentativo de viola?...rs
ResponderExcluirhehe... tomara que dure vários meses!!!
ResponderExcluir;-)
E, RM, não votei porque não tem a opção N.D.A.(nenhuma delas apetece)...rs
ResponderExcluirDona Ju,
ResponderExcluirse agradar o distinto público, terei o maior prazer em postá-los.
Dona Cora,
sim, isso mesmo. Os portugueses tinham um instrumento muito parecido com o violão, apenas menor e ao qual davam o nome de viola. Daí, portuguesamente, usaram o aumentativo para diferenciar a guitarra espanhola...
Agora, por que não preferiram chamá-la guitarra, só perguntando para os gajos... rsss
E Cora,
ResponderExcluirclaro que no caso de mulheres responderem à enquete, à pergunta subentende-se que é como elas preferem que as suas apeteçam a outrem...
Mas já que ninguém quiS responder acho que vou excluí-la.
Ai, que coisa boa ouvir isso. Queria ter tido o privilégio de ouvir pessoalmente como os Francis. Gosto mais de Samba do avião, porém, no violão do Raphael preferi Sampa. Curioso...
ResponderExcluirPensar que ele morreu aos 30 e poucos. Uma perda para o Brasil, né?
Bjs
Denise,
ResponderExcluirsim, ainda mais da forma trágica que ocorreu a morte do músico. Ele era realmente extraordinário; colocava aqueles tocadores de flamenco no chinelo...
Também gosto mais do Rio que de Sampa... rsss
Ah! O violão! Eu amo esse companheiro, sua sonoridade (gosto de piano também, mas não dá para carregá-lo!) Como é bom poder tocar um instrumento! Quem me dera ser um 'virtuose', mas toco o suficiente para me agradar.
ResponderExcluirAbração