SE CERCAR VIRA HOSPÍCIO

Quelque chose de fou
Projeto de lei do governo francês propõe impedir o acesso à web de usuários que baixam arquivos piratas (mais aqui). A escalafobética proposta é mais uma das muitas que tentam restringir o uso da rede por alegações de que crimes são cometidos. Faz tanto sentido quanto proibir as pessoas de circularem nas ruas para diminuir o número de furtos e assaltos...

"Tá todo mundo louco: oba!"
Carol (aqui) e Marcos Rocha (aqui e aqui) postaram sobre a tresloucada passeata pró-cannabis, que teve a participação do ministro maconheiro do Meio Ambiente, Carlos Minc. O bundão do Reinaldo Azevedo também postou, mas claro que não vou dar o link... Apesar de muito mal acompanhado, sou a favor da descriminalização e debati o assunto, longamente, com meu amigo, o mesmo MR, em outubro e novembro de 2007 (aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui). Mantenho minha opinião: acho a tese que identifica no usuário de drogas a responsabilidade pelo tráfico (e assim, pela violência) tão simplória quanto a que busca explicar o tráfico e a violência apenas por seus componentes sociais.
Ouçam abaixo o que pensa o ex-presidente Dom FHC (e afinal, ele tragou ou não? rss):



Quem sou eu? Onde estou?
O mesmo Marcos Rocha, que já teve opinião diferente (rss), chama a atenção para outra maluquice (leiam aqui). Beiram à completa insanidade as propostas de mudanças nas regras eleitorais, em vias de entrar em pauta na Câmara dos Deputados. O núcleo da proposta conjuga financiamento público de campanhas com votação em listas fechadas (mais aqui e aqui). Sou contra as duas propostas, em abstrato. No concreto, acho que é caso de polícia e se vier a se transformar em lei defendo o voto nulo para todos os cargos, inclusive para presidente da República... E para o atual presidente da Câmara Federal, que aparentemente patrocina essa esbórnia, proponho cassação de mandato, por crime de responsabilidade. (sobre o tema da reforma política, leiam aqui o que penso)


"Mais louco é quem me diz"
Como nem a nossa representante das artes cênicas, a linda Ju, tratou do assunto; deixo aqui nota de falecimento do dramaturgo Augusto Boal, de longe a principal personalidade brasileira da área em termos de reconhecimento internacional. Notabilizou-se, mormente, pelo caráter aberto e polêmico de sua obra, criando o "teatro do invisível" (precursor das "pegadinhas" televisivas) e o "teatro do oprimido", que dialoga com a psicanálise (para duas ótimas biografias, aqui e aqui). Dialogar, diga-se de passagem, foi o maior mérito desse brilhante intelectual. Na música, por exemplo, deixou marcas com Mulheres de Atenas (ver postagem no RM NO VERBO, aqui) e foi destinatário de uma carta muito especial, "escrita" por Chico Buarque (com música de Francis Hime): Meu Caro Amigo. A esse saudável "Maluco Beleza", fica a modesta homenagem desse bloguinho...