Para Anne Moor
Essa figura à direita de Lula é Marcelo Branco, responsável pela campanha de Dilma na internet e quem escreve (muito mal, diga-se de passagem) os "tuítes" da candidata. Ah, ele também me bloqueou no twitter... quaquaqua
Não; nada a ver com a Anne, simpática blogueira "inglesa", nascida no Uruguai e radicada no Rio Grande do Sul. Nem com o pouco simpático Marcelo Branco, guru de Dilma Rousseff para assuntos de internet e (ir)responsável por atualizar o perfil dela no twitter. Tampouco com o nosso manjado Mr Portuga, que de agente secreto tem só o bigode...
Os fakes aos quais me refiro são músicos, compositores e cantores brasileiros do início da década de 70, que só cantavam em inglês. Fenômeno ligado a certos traços culturais brasileiros e também à emergência da música (e sua indústria) pop e da televisão brasileira (as telenovelas). A "fórmula do sucesso" era ser cantada em inglês e fazer parte da trilha sonora de alguma telenovela da Globo.
Morris Albert (Maurício Alberto Kaiserman), Terry Winter (Thomas William Standen), Chrystian (João Pereira da Silva Neto), Mark Davis (Fábio Jr.), Paul Bryan (Sérgio Sá), Steve MacLean (Hélio Costa Manso), Tony Stevens (Jessé), Michael Sullivan (Ivanilton de Souza Lima), Dave Maclean (José Carlos Gonsales) e os grupos Sunday, Pholhas e Light Reflections eram alguns gringos de araque que fizeram enorme sucesso e acabaram conhecidos como os brazilian singers.
A qualidade das músicas (exceto "Feelings e "Summer Holliday", na minha modesta opinião) é altamente discutível, mas o aspecto histórico compensa o sacrifício. Gosto muito de "Tell Me Once Again", que acabou mais conhecida por uma infame versão, feita anos mais tarde...
Com Morris Albert, Feelings (Morris Albert), 1974; canção que teve 6 mil gravações diferentes e vendeu mais de 100 milhões de cópias. Em fins da década de 80 a música foi considerada plágio por um tribunal norte-americano... (Vocês conhecem alguém processado por plágio de musiquinha que nada tenha vendido? rss) Outras canções de sucesso foram "Conversation" e She's My Girl".
Com os Pholhas (site oficial aqui), grupo de músicos paulistas juntos até hoje, She Made Me Cry ( H. Santisteban/O. Malagutti), 1972. Outras canções de sucesso foram "My first girl", "I Never Did Before" e "Forever".
Com Michael Sullivan (página oficial aqui), My Life (Michael Sullivan), 1976. Sullivan começou na banda "Renato e seus Bluecaps" e alcançou o maior sucesso coma dupla "Sullivan e Massadas". É um dos mais bem sucedidos compositores brasileiros; foi top "das paradas de sucesso em 60 países no mundo inteiro, incluindo as Américas, a Europa e o Oriente. Como produtor, vendeu mais de 60 milhões de discos, no Brasil e em toda América Latina." (citação daqui)
Com Chrystian (página oficial aqui), Don't say goodbye (autor desconhecido), 1973. Mais tarde forma com o irmão Ralf uma das mais bem sucedidas duplas sertanejas do país. Segundo a doutora Cora, minha consultora para assuntos "chrystianiais" (rss): "Chrystian disse que quando ele gravou 'Don´t say goodbye' não sabia falar nada em inglês - 'Podia estar até xingando minha mãe e nem sabia...'”
Com os Light Reflections, Tell Me Once Again (autor desconhecido), 1972. A memória pode me enganar mas creio que os tais eram integrantes da banda "Os Fevers", com os respectivos nomes "americanizados": bombaram de tanto vender discos... A baladinha é, na minha modesta opinião, uma pequena jóia, especialmente por seu arranjo de guitarras e vozes bem cuidado. Pena que algum imbecil resolveu faturar com a versão insossa, que acabou prevalecendo.
Por último, com Terry Winter, Summer Holliday (Terry Winter), 1972. A canção fez sucesso em 42 países e vendeu mais de três milhões de cópias. Seu autor, que já fazia sucesso antes como Tommy Standen, mudou de nome mais uma vez e como Chico Valente assinou vários sucessos da chamada música sertaneja...
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