Falecido há pouco mais de 5 anos, Paulinho Nogueira foi o professor de violão da minha geração. Seu método, criado em fins dos 60 e traduzido em diversas línguas, incorporava o jeito suave e a harmonia complexa da bossa nova. Entre seus alunos ilustres destacam-se Toquinho e Yamandu Costa.
Artista completo, aventurou-se nas artes plásticas e até na criação de instrumentos; é dele a patente da craviola, um violão de 12 cordas, que buscava combinar as sonoridades do cravo e da viola caipira. Compositor profícuo, entre as suas cerca de 50 obras fizeram muito sucesso: Menino, desce daí, Menina e Simplesmente (o bem verdadeiro). Dos poucos violonistas clássicos que tocavam sem unhas, seus arranjos e composições refletiam a doçura das cordas de nylon.
Uma busca na internet aponta cerca de 900 vídeos relacionados (vejam aqui, vale a pena ouvir a Bachianinha n.1, da autoria dele). Escolhi essa execução de Samba em Prelúdio (Baden Powel/Vinícius de Morais), na qual, inacreditavelmente, ele toca as duas melodias ao mesmo tempo. E ainda faz parecer simples (simplesmente).
Simplesmente (Paulinho Nogueira)
Quantas vezes eu já fracassei/Quantos bons momentos desprezei/Por pensar demais, por ouvir demais/Por não saber olhar a vida simplesmente/Dentro desse louco turbilhão/Cada um querendo ser melhor/É muito melhor se deixar ficar/Em tudo que você sentir/Simplesmente/E logo de manhã olhar bem dentro de você/Nas coisas como você vê/Duvidar então do que querem/Fazer você olhar, fazer você ouvir/Fazer você pensar/E chegando a noite devagar/Descontrair sua razão, soltar de leve o coração/Procurar alguém, o seu bem verdadeiro tão somente,/Que vai saber simplesmente o que e bom pra você.
ATUALIZAÇÃO (20/02/09 às 22:00 hs.)
Em atenção a uma leitora muito simpática, segue a faixa em gravação original de 1974.
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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
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