.
A referida enquete foi um retumbante fracasso de participação. Apenas 4 leitores se dignaram a marcar a bolinha, num claro recado ao blogueiro... Ainda assim gostei e achei que valeu a pena postá-la; melhor que o silêncio absoluto.
Sim, foram dados 5 votos, mas um deles fui eu mesmo a marcar. Cravei na última opção, por razões que explicarei adiante. A opção que tratava da linda filha do ministro recebeu um voto (provavelmente do Mr Almost) e era só pra zoar mesmo, já que não dá pra levar a sério esse governo... Além disso precisei improvisar porque não coube o texto completo que previra: "acha que a filha dele, Marina Mantega, tem uma beleza contagiante e mesmo se tiver algum problema psicológico, isto não fará a menor diferença." (rsss)
Vamos então aos 3 votos que concordaram com a opinião do ministro. Ora, são duas verdades insofismáveis aquelas que dizem existir um forte (e não apenas "um pouco") componente psicológico nas crises financeiras e sim, o comportamento dos agentes econômicos pode mesmo originar profecias auto-realizáveis.
Mas isto não expressa muito bem o que vem ocorrendo no Brasil. Em primeiro lugar já há, concretamente, efeitos reais na economia: o câmbio depreciou-se em cerca de 15% no mês corrente (chegando a um pico de 30% faz pouco dias, o equivalente ao que chamávamos, nos tempos de câmbio fixo, de "máxi-desvalorização"); a mudança nos preços relativos, causada pela variação cambial, sugere, obviamente, novas pressões inflacionárias; já há anúncio de decisões de investimento sendo, no mínimo, procrastinadas.
A própria administração da crise mostra o pouco talento dessa equipe econômica. Se há algo verdadeiramente globalizado são os chamados mercados financeiros. Assim, o que ocorre numa Bolsa de um tigrinho asiático qualquer, não deixa de afetar os mercados aqui. Pior ainda se for no mercado americano: a saída de capitais que afundou a Bovespa explica-se pela forte aversão ao risco, de investidores estrangeiros, que preferiram os títulos do Tesouro americano (rendendo juros "negativos") à arriscarem o rabo em Terra Brasilis, mesmo com taxas de juros astronômicas...
Ora, instituições financeiras, no mundo todo, sofreram e ainda sofrem, com a falta de liquidez. Uma eventual crise bancária não está descartada em nenhum lugar do planeta, aqui também. Adianta nada falar que o sistema bancário brasileiro é robusto e outros trololós; se a coisa vier mesmo pra valer, manda os "robustos" ao chão, em poucos dias.
Ninguém sabe ainda, em sã consciência, até onde irá e até quando durará a crise financeira internacional. Mas só um imbecil pode defender que ela não seja grave e não exponha a riscos muito sérios o país. Aliás, o próprio ministro da Fazenda mudou o discurso ontem, ao afirmar (ao contrário de tudo o que falara até agora) que os efeitos da crise serão graves. Recuperou a sanidade o ministro? Temo que não; é só discurso alarmista para facilitar a aprovação das medidas (muito controversas) em votação no Congresso Nacional.
Na última opção da enquete também não coube o texto original. Era: "acha que o blogueiro deve fechar logo esse blog e parar de encher o saco antes que seja processado por estimular ataques especulativos contra a moeda nacional." Crime previsto no Código Penal brasileiro, sob o título de crimes contra a ordem financeira. Sinceramente? Acho que é o ministro que deveria tomar cuidado para não ser processado por este ilícito penal.
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quarta-feira, 29 de outubro de 2008
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
RESULTADOS DA ENQUETE SOBRE VASECTOMIA EM BH
Entre as muitas inutilidades da web, a ferramenta de enquetes instantâneas parece ser daquelas que pior são usadas. Lamentavelmente, pois teria tudo para constituir-se em instrumento de interação dos mais interessantes. Temas desimportantes, perguntas e opções mal formuladas e certa preguiça ou temor do leitor-usuário relegam o gadget a papel, creio, tendente a extinção.
Isto parece ainda mais verdadeiro no âmbito dos blogs. Meu amigo Marcos Rocha e eu mesmo tivemos alguma experiência com a ferramenta lá no PG. Com várias centenas de leitores diários, nunca se conseguiu por lá mais que 2 ou 3 dezenas de votos nas enquetes apresentadas. Considerando-se que os leitores que fazem comentários constituem uma ainda mais reduzida minoria, perde-se a chance de conhecer melhor o perfil dos leitores do blog.
Mesmo com pouca participação, usarei a ferramenta aqui, sempre que puder. Acho que se presta muito bem para chamar a atenção para temas secundários ou conjunturais e indicar preferências do público leitor. Devo dizer, aos que tem algum tipo de temor de serem identificados, que o blogueiro ao utilizar a ferramenta não tem qualquer controle sobre a identidade dos votantes (e sim, é possível sacanear o blogueiro, votando mais de uma vez, desde que com IPs diferentes. Fiz muito isto lá no PG... rsss).
Bem, sobre esta primeira enquete, tomei conhecimento da notícia, poucos dias atrás, através de um telejornal matinal. Uma matéria mais completa pode ser encontrada no portal do jornal O Tempo (vulgo The Times), de Belo Horizonte, onde trabalha a jornalista e blogueira Ana Paula Pedrosa (vulga AP). Link aqui.
Achei curiosa e improvável a notícia, daí dispor-me a formatar uma enquete, ainda que em tom de brincadeira. Afinal, que peculiaridade poderia explicar esta preferência dos mineiros pela vasectomia, conhecidos pelo conservadorismo e mesmo certo machismo? A explicação oficial é a de que um programa de saúde pública (PSF), criado nos moldes do "médico da família" cubano, seria o responsável por uma maior conscientização dos casais acerca dos métodos anticoncepcionais. Duvido muito: só existe este programa em Belo Horizonte? E por que uma eventual conscientização sanitária não extrapolou para outros índices de saúde?
Nossos votantes (40%) preferiram a explicação de que é o único jeito do tradicional machão mineiro ter certeza quanto à origem de sua prole. Não descartaria de todo essa hipótese, conhecendo o caráter desconfiado dos mineiros...
Outros 30% apostaram que é porque mineirim que se preza come quieto mesmo. Uia!
Dois sacanas (20%) sugeriram que o autor do blog também deveria fazer. Aposto que foi o Mr Almost, que votou duas vezes... Pô, já falei que não se mexe em time que está ganhando!
Apenas um solitário votante (10%) coincidiu com minha opinião: não tenho elementos concretos (senão denunciaria aqui mesmo) mas acho muito mal explicada essa "preferência mineira" e não duvidaria muito se os números não subsistirem a uma boa auditoria.
Por fim, gostaria de sugerir ao meu amigo decanão MR, que postasse enquete, ainda hoje se possível (e valendo até domingo antes da votação), sobre a eleição paulistana. Como será que votam as centenas de leitores paulistanos do PG?
Isto parece ainda mais verdadeiro no âmbito dos blogs. Meu amigo Marcos Rocha e eu mesmo tivemos alguma experiência com a ferramenta lá no PG. Com várias centenas de leitores diários, nunca se conseguiu por lá mais que 2 ou 3 dezenas de votos nas enquetes apresentadas. Considerando-se que os leitores que fazem comentários constituem uma ainda mais reduzida minoria, perde-se a chance de conhecer melhor o perfil dos leitores do blog.
Mesmo com pouca participação, usarei a ferramenta aqui, sempre que puder. Acho que se presta muito bem para chamar a atenção para temas secundários ou conjunturais e indicar preferências do público leitor. Devo dizer, aos que tem algum tipo de temor de serem identificados, que o blogueiro ao utilizar a ferramenta não tem qualquer controle sobre a identidade dos votantes (e sim, é possível sacanear o blogueiro, votando mais de uma vez, desde que com IPs diferentes. Fiz muito isto lá no PG... rsss).
Bem, sobre esta primeira enquete, tomei conhecimento da notícia, poucos dias atrás, através de um telejornal matinal. Uma matéria mais completa pode ser encontrada no portal do jornal O Tempo (vulgo The Times), de Belo Horizonte, onde trabalha a jornalista e blogueira Ana Paula Pedrosa (vulga AP). Link aqui.
Achei curiosa e improvável a notícia, daí dispor-me a formatar uma enquete, ainda que em tom de brincadeira. Afinal, que peculiaridade poderia explicar esta preferência dos mineiros pela vasectomia, conhecidos pelo conservadorismo e mesmo certo machismo? A explicação oficial é a de que um programa de saúde pública (PSF), criado nos moldes do "médico da família" cubano, seria o responsável por uma maior conscientização dos casais acerca dos métodos anticoncepcionais. Duvido muito: só existe este programa em Belo Horizonte? E por que uma eventual conscientização sanitária não extrapolou para outros índices de saúde?
Nossos votantes (40%) preferiram a explicação de que é o único jeito do tradicional machão mineiro ter certeza quanto à origem de sua prole. Não descartaria de todo essa hipótese, conhecendo o caráter desconfiado dos mineiros...
Outros 30% apostaram que é porque mineirim que se preza come quieto mesmo. Uia!
Dois sacanas (20%) sugeriram que o autor do blog também deveria fazer. Aposto que foi o Mr Almost, que votou duas vezes... Pô, já falei que não se mexe em time que está ganhando!
Apenas um solitário votante (10%) coincidiu com minha opinião: não tenho elementos concretos (senão denunciaria aqui mesmo) mas acho muito mal explicada essa "preferência mineira" e não duvidaria muito se os números não subsistirem a uma boa auditoria.
Por fim, gostaria de sugerir ao meu amigo decanão MR, que postasse enquete, ainda hoje se possível (e valendo até domingo antes da votação), sobre a eleição paulistana. Como será que votam as centenas de leitores paulistanos do PG?
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