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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
O ILUSIONISTA
"Fazer esse personagem foi como ilusionismo. Você, que não é ele, parece que é. Assim, você acredita que é." Rui Ricardo Diaz, protagonista de "Lula, o Filho do Brasil" (mais aqui).
Segue trecho de declarações do "verdadeiro", proferidas no indigesto programa "Café com o Presidente" desta semana (comentários meus em vermelho):
"...eu acredito que 2009 tenha sido um ano, eu diria, mais do que bom, porque a verdade é que o mundo inteiro entrou em pânico por conta de uma crise financeira, sobretudo de especulação imobiliária nos Estados Unidos, que depois tomou conta da Europa e do Japão e o pessimismo tomou conta do mundo. E nós dizíamos que no Brasil essa crise não seria da envergadura que ela foi no mundo inteiro || Não; o irresponsável governo de sua excelência dizia que a crise internacional era uma "marolinha", ao invés do tsunami que de fato foi. ||, porque nós tínhamos um sistema financeiro mais sólido, não estávamos envolvido na crise imobiliária e portanto a gente tinha clareza que a crise seria menor. E o no fundo, no fundo, a crise chegou por último aqui || Não é verdade: já no terceiro trimestre de 2008 houve cavalar desaceleração da economia brasileira. || e terminou primeiro por algumas razões. || Também não é verdade: os sinais de recuperação da economia internacional, sobretudo em alguns países chamados emergentes (por exemplo, a China) ocorreram no mesmo período que o Brasil. || Muita gente acha que, às vezes, é apenas sorte, mas é importante lembrar que o Brasil já vinha trabalhando o PAC desde janeiro de 2007. || Também é bom lembrar que o PAC só tirou cerca de 18% dos investimentos do papel, até agora. || É importante lembrar que nós durante a crise fizemos um grande programa para a agricultura brasileira no mês de junho, é importante lembrar que nós colocamos R$ 105 bilhões para agricultura brasileira, além de negociarmos dívidas da agricultura brasileira e desses R$ 105 bilhões, R$ 15 bilhões nós colocamos para o Pronaf. || Há muitos anos os financiamentos à agricultura somam montante equivalente, ou seja, nada foi feito de diferente. || Nós já tínhamos lançado em março deste ano, o programa Minha Casa, Minha Vida, portanto o Brasil tinha uma quantidade de investimento em infraestrutura, a melhoria de vida das camadas mais pobres da população, a ascensão de uma parcela da sociedade brasileira da classe D e E, que tudo isso permitiu que o consumo aumentasse || Não é verdade: o "consumo" caiu. Pior ainda: o investimento ainda não recuperou o patamar pré-crise...||, aumentasse a produção || Não é verdade, a produção despencou.||, aumentasse as vendas e que o Brasil, então, saísse da crise com muito mais vigor || O país fechará o ano com crescimento zero ou levemente negativo ||. Nós tivemos um problema, é verdade, no mês de outubro, novembro, dezembro (de 2008) muito mais por pânico, muito mais por medo, houve uma brecada muito forte na economia, desnecessária na minha opinião, mas eu penso que tudo isso já foi corrigido e nós estamos trabalhando com a certeza absoluta que 2009 foi um ano em que o Brasil mostrou competência, mostrou firmeza, ousadia e mostrou que a gente tem uma preparação macroeconômica || Só o presidente para explicar o que vem a ser "preparação macroeconômica." || vigorosa e que portanto nós preparamos o Brasil bem para 2010" (aqui íntegra do pronunciamento).
Não sei se Rui Ricardo é bom ator, mas a pérola que pronunciou parece mais do que apropriada ao personagem representado: o presidente sabe que não é verdade o que diz, mas parece que é. Assim, ele acredita que é... (ou será que nem sabe?)
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quarta-feira, 23 de setembro de 2009
ENQUANTO ISTO, NA SALA DE JUSTIÇA DA ONU...

Imagem retirada daqui
"(...) O Brasil - um dos últimos, felizmente, a sentir os efeitos da crise - é hoje um dos primeiros a sair dela. Não fizemos nenhuma mágica. Simplesmente havíamos preservado nosso sistema financeiro do vírus da especulação. Havíamos reduzido nossa vulnerabilidade externa, passando da condição de devedores à de credores internacionais.
(...) Mas, sobretudo, desenvolvemos antes da crise, e depois que ela eclodiu, políticas anticíclicas.
Aprofundamos nossos programas sociais, especialmente os de transferência de renda. Aumentamos os salários acima da inflação. Estimulamos, por meio de medidas fiscais, o consumo para impedir que se detivesse a roda da economia.
Já saímos da breve recessão. Nossa economia retomou seu ímpeto e anuncia um 2010 promissor. As exportações recuperam seu vigor. O emprego se recompõe de forma extraordinária. O equilíbrio macroeconômico foi preservado sem afetar as conquista populares. O que o Brasil e outros países demonstraram é que também nos momentos de crise precisamos realizar audaciosos programas sociais e de desenvolvimento." Trechos do discurso de sua insolência, proferido hoje em Nova York (aqui íntegra do discurso).
Tá legal que chefes de Estado apenas lêem discursos redigidos por seus assessores, mas deveriam ter obrigação de entendê-los, não?
1) "Preservado nosso sistema financeiro do vírus da especulação?" Com as mais altas taxas reais de juros do planeta? rss
2) "Passando da condição de devedores à de credores internacionais?" Sim, as exportações cresceram mais de 20% ao ano no período que corresponde à administração Lula, mas pouco, ou quase nada, relaciona-se à ela, mas sim ao forte crescimento da economia mundial que desaguou na crise.
3) "Programas sociais, especialmente os de transferência de renda" viraram "políticas anticíclicas?" Cuma? rss
4) "Já saímos da breve recessão." Aquela que não ia ter?
5) "Nos momentos de crise precisamos realizar audaciosos programas sociais e de desenvolvimento." Será que esse cara bebeu? Hã?
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quarta-feira, 17 de junho de 2009
EU SOU UMA PESSOA COMUM
"Eu sempre fico preocupado quando começa no Brasil esse processo de denúncias, porque ele não tem fim, e depois não acontece nada."
Não acontece nada porque sua excelência impede que aconteça, por exemplo, inviabilizando CPIs...
"O que ganharia o Senado em ter uma contratação secreta se tem mais de 5 mil funcionários transitando por aqueles corredores?
Não são 5, mas cerca de 10 mil, entre ativos, inativos, comissionados e terceirizados. O que dá uma média de 123 funcionários por senador. Para falar pouco: é um escândalo!
"Não li a reportagem do presidente Sarney, mas penso que ele tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum."
Deveria ter lido antes de abrir a boca. E é exatamente por não ser uma pessoa comum que o ex-presidente da República (e também o atual) deveria dar o exemplo...
FORA SARNEY!
[citações extraídas daqui e daqui]
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terça-feira, 28 de abril de 2009
GRIPE SUÍNA E ESPÍRITO DE PORCO

Lula e "PIG" (carinhoso apelido dado ao governador paulista pelos puxa-sacos e baba-ovos do presidente da República)
Claro que o atual presidente brasileiro não poderia omitir-se ou passar a bola para assessores da área da saúde... No melhor estilo "Ofélia" sacramentou: "... "graças a Deus, até agora, (a gripe) não chegou ao Brasil. "Espero que nunca chegue, mas o país tem remédios para enfrentar a situação" (mais aqui).
Bem, já chegou! E em diversos estados brasileiros, claro; já que aeroportos, portos e fronteiras continuam abertos. Não precisavam estar é tão abertos, a ponto de nenhuma medida preventiva ser tomada... Em compensação o remédio recomendado para se combater a doença, o Tamiflu, sumiu das farmácias...
Presidente, com todo o respeito: ¿POR QUÉ NO TE CALLAS?
Pandemia e pandemônio
Não deverá ser uma nova gripe espanhola que, no início do século passado, matou dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo, inclusive no Brasil. A ciência muito mais desenvolvida e a informação (a correta, né?) disseminada em tempo real impedem, na maioria dos casos, a pestilência medieval da influenza. Naturalmente tomadas todas as medidas profiláticas e de precaução contra o contágio. Até ontem, segunda-feira, a ANVISA (agência brasileira de vigilância sanitária) não tinha feito absolutamente nada, além de criar uma comissão de emergência (mais aqui).
Baía dos Porcos e bacia das almas
Muito diferente é o que ocorre nos países assim chamados civilizados. Veja-se, por exemplo como se comportou o presidente americano, pedindo que a população não entrasse em pânico, mas reconhecendo a gravidade da crise (da gripe, entre outras). Mas ao contrário de outros colegas presidentes, mandando que o Departamento de Saúde trabalhe... (mais aqui)
Aliás, o negão vem dando um verdadeiro show de bola, até o momento. Trucou o regime cubano (que, galinhamente, recuou), fechou as prisões ilegais mundo afora e agora se prepara para processar os mandantes das torturas - e ninguém sequer ousa falar em revanchismo... Gente civilizada é outra coisa! (mais aqui e aqui)
ATUALIZAÇÃO (30/04/09 às 18:15 hs. e 01/05 às 19:00)
O tema ainda não despertou muito interesse (ou pânico) da Confraria. Mesmo assim recomendo as postagens de Rachel, Marcos Rocha, Flávio Ferrari e Ricardo Soares.
E pra quem acha que usar máscara é desagradável vejam foto abaixo, tirada em Aguascalientes, México.
sábado, 3 de janeiro de 2009
PRESIDENTE-OFÉLIA

A célebre personagem foi criada ainda nos tempos do rádio (1950), assim como o programa, Balança mas não cai. Transpostos para a televisão (1968), eternizou-se na atuação dos atores Sonia Mamede (foto ao lado), contracenando com Lúcio Mauro no papel de Fernandinho. Este era um milionário bem relacionado, que recebia figuras importantes e famosas em sua casa, sempre preocupado com a burrice explícita de sua mulher, Ofélia. Inevitavelmente eram criadas situações constrangedoras com os pitacos de Ofélia, ao que Fernandinho se desculpava, até o momento em que a visita perdia a paciência e também reclamava da estupidez da personagem. Aí Fernandinho, sentindo-se ofendido, expulsava-a de casa e o esquete terminava com o famoso bordão de Ofélia: "só abro a boca quando tenho certeza!"
Bem, vejamos as últimas declarações do atual presidente da República, em férias na idílica ilha de Fernando de Noronha* (na íntegra, aqui):
"Eu ouvi prefeitos dizendo que vão fazer contenção de custeio. Custeio não é investimento."
Sim presidente. Investimento é tudo aquilo que agrega nova capacidade produtiva. Custeio apenas a mantém. Por exemplo, os gastos com o funcionalismo público federal, que aumentaram sensivelmente na gestão de sua excelência, não acrescem absolutamente nada à capacidade produtiva do país. O mesmo em relação aos milhares e milhares de contratos de fornecedores de bens e serviços para a máquina pública federal. De certo modo pode-se dizer o mesmo quanto à astronômica conta de juros paga pelo Tesouro. Já as despesas da Previdência e da Bolsa-Família, tecnicamente são chamadas de Transferências, mas também não agregam nova capacidade produtiva. Dessa montanha de despesas públicas federais, o que sobra das receitas estaria, em tese, disponível para investimentos.
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Bem, vejamos as últimas declarações do atual presidente da República, em férias na idílica ilha de Fernando de Noronha* (na íntegra, aqui):
"Eu ouvi prefeitos dizendo que vão fazer contenção de custeio. Custeio não é investimento."
Sim presidente. Investimento é tudo aquilo que agrega nova capacidade produtiva. Custeio apenas a mantém. Por exemplo, os gastos com o funcionalismo público federal, que aumentaram sensivelmente na gestão de sua excelência, não acrescem absolutamente nada à capacidade produtiva do país. O mesmo em relação aos milhares e milhares de contratos de fornecedores de bens e serviços para a máquina pública federal. De certo modo pode-se dizer o mesmo quanto à astronômica conta de juros paga pelo Tesouro. Já as despesas da Previdência e da Bolsa-Família, tecnicamente são chamadas de Transferências, mas também não agregam nova capacidade produtiva. Dessa montanha de despesas públicas federais, o que sobra das receitas estaria, em tese, disponível para investimentos.
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"Agora, se o prefeito tiver uma obra e ele resolver parar, eu pergunto: qual o dinheiro melhor empregado do que numa obra? Porque a obra vai trazer benefício para a comunidade, vai gerar emprego para a comunidade, vai distribuir renda e conseqüentemente mais renda para o município."
Bem, nem sempre isto acontece. Por exemplo, o programa de reequipamento das Forças Armadas, do que foi anunciado até agora, gerará mais empregos no exterior que no Brasil. Ademais, se os prefeitos contiverem gastos de custeio é de se esperar que sobrem mais recursos para investimentos em "obras". Por fim, há uma legislação no país, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, que impede administradores públicos municipais e estaduais de gerarem despesas sem a contrapartida receita, limitando a capacidade de endividamento dessas esferas políticas. Infelizmente o mesmo não ocorre em relação ao governo central...
"Eu já disse, já afirmei que no governo federal nós vamos combater essa crise internacional fazendo mais investimento, mais ferrovia, mais rodovia, mais escola, porque é assim que a gente combate a crise."
Talvez o presidente não esteja informado, mas os chamados gastos de investimentos públicos federais, representam aproximadamente 1% apenas do PIB. Espero, sinceramente, que se consiga aumentá-los bastante... Já algum petista de plantão, me faria o favor de informar quais são estas ferrovias e rodovias que o governo federal está construindo?
Bem, nem sempre isto acontece. Por exemplo, o programa de reequipamento das Forças Armadas, do que foi anunciado até agora, gerará mais empregos no exterior que no Brasil. Ademais, se os prefeitos contiverem gastos de custeio é de se esperar que sobrem mais recursos para investimentos em "obras". Por fim, há uma legislação no país, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, que impede administradores públicos municipais e estaduais de gerarem despesas sem a contrapartida receita, limitando a capacidade de endividamento dessas esferas políticas. Infelizmente o mesmo não ocorre em relação ao governo central...
"Eu já disse, já afirmei que no governo federal nós vamos combater essa crise internacional fazendo mais investimento, mais ferrovia, mais rodovia, mais escola, porque é assim que a gente combate a crise."
Talvez o presidente não esteja informado, mas os chamados gastos de investimentos públicos federais, representam aproximadamente 1% apenas do PIB. Espero, sinceramente, que se consiga aumentá-los bastante... Já algum petista de plantão, me faria o favor de informar quais são estas ferrovias e rodovias que o governo federal está construindo?
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(*) Será a terra descoberta pelo velho navegador Fernão de Noronha, a tal ilha de prosperidade em meio ao mar revolto da crise financeira internacional? Aquela, que era um presídio? Hã? Hum?
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