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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

"Nunca antes nesse país..."

Em que pesem alguns resultados dignos de registro, a chamada "Era Lula" tem se caracterizado muito mais pela fantasiosa versão dos fatos; pelo exagero quase caricatural dos relativos êxitos; pelo fake, truque, embuste e falsificação... Algo que, em princípio, poderia ser considerado uma qualidade ou uma vantagem acaba adquirindo ares de coisa falsificada, de importado made in Paraguai. Agora, com a proximidade do período eleitoral, parece que esta norma será levada ao paroxismo, em suposto favor da candidata oficial.

É com a intenção de, modestamente, denunciar estas patranhas eleitorais, que inicio a presente série e, creio, não faltará material para atualizá-la até a data das eleições... Começo com uma curiosa manchete de carnaval, reproduzida em diversos jornais brasileiros e no site do PT (link aqui), no último dia 11/02, a partir de um release da agência Estado: "Brasil teve período de maior expansão econômica no governo Lula."

Será que, afinal, "nunca antes na história desse país?" Vejamos como a matéria é apresentada ao (incauto) leitor: "O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva registrou o período de maior expansão econômica do país, que durou cinco anos e um mês, de junho de 2003 a julho de 2008."  Ora, ora; não é o período de maior expansão mas o maior período de expansão - e a ordem dos fatores muda, nesse caso, completamente o produto... Óbvio: a taxa média de crescimento da economia no período Lula mal passou dos 3% aa, enquanto esteve na casa dos 7% nos anos iniciais da década de 70 e perto dos 10% na segunda metade dos anos 50. É um resultado pior até mesmo do que alguns anos da década de 80, a chamada "década perdida"... Já a seqüência mensal de índices positivos de crescimento sim; é a maior dos últimos 30 anos e esta, que deveria ser a "vantagem" ressaltada, acaba ofuscada pela manchete mal redigida. Mas será que os redatores da "notícia" apenas tem dificuldades com a língua pátria ou queriam, de fato, distorcer seu entendimento? E os veículos que a reproduziram? Será que, inocentemente, acreditaram na lisura da fonte ou, como se diz na gíria, rolou algum "jabá"?

Vamos adiante: o tal "maior período de expansão" é algo do qual deveriam se orgulhar os defensores do lulopetismo e marcar certo diferencial em relação a outros governos? Bem, nada do que está na matéria nos permite responder a essas questões e, outrossim, obriga a aprofundar na sua origem. Que vem a ser a datação de ciclos econômicos brasileiros por uma comissão ligada à Fundação Getúlio Vargas, recentemente formada e que publicou seu primeiro estudo (cujos resultados são basicamente o que foi "requentado" às vésperas do carnaval) em maio de 2009 (íntegra do relatório aqui).  Conclui a comissão que, a partir de 1980, "a economia brasileira passou por sete ciclos de negócios completos, com duração média de 13,5 trimestres entre vales e vales e de 15,9 trimestres entre picos e picos. A duração média das expansões foi de 10,4 trimestres e das recessões de 5,4 trimestres." O governo FHC foi testemunha de 3 desses ciclos, motivados, basicamente, por fatores externos. Nenhum deles coincidiu com o governo Lula, afetado, por crise de mesma origem, em período posterior ao estudado. 

Bem,  o curioso é que igualam-se em 21 trimestres os períodos de expansão econômica nos 2 governos (intercalados no caso de FHC), totalizando, respectivamente, cerca de 20% e 29,9%. As 3 recessões do período FHC duraram 3,3 trimestres, em média; enquanto a recessão ano passado esgotou-se em 2 trimestres. Ou seja, apesar de uma leve melhoria dos indicadores não há nada que aponte para uma ruptura, nos termos da manjada "nunca antes nesse país"... Ao contrário, até nos ciclos de negócios são similares os desempenhos (medíocres) de FHC e Lula.
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